Os elevadores do Pronto-Socorro de Cuiabá voltaram a apresentar problemas e pararam de funcionar, e com isso, estão dificultando o atendimento aos pacientes nos andares mais elevados da unidade. O caso não está sendo tratado como novidade, uma vez que em novembro do ano passado, os elevadores também pararam de funcionar.
De acordo com o relato de duas funcionárias, a unidade está sofrendo com uma superlotação ligada diretamente a falta dos elevadores. Uma vez que sem transportar os pacientes, as alas do PS que ficam no térreo ou no primeiro andar, como a ala vermelha, acabam aglomerando pacientes e acompanhantes.
“A ala vermelha, por exemplo, tinha 45 pessoas no último plantão. Todos espalhados em macas, divãs e cadeiras. Não tinha como subir com os pacientes para o 4º andar, onde fica a clínica médica e internação”, relatou uma das funcionárias, que preferiu não se identificar.
Diante da situação, para “desafogar” os corredores, os profissionais contam com a ajuda de outras pessoas para a locomoção dos pacientes. Mas a funcionária ressalta que a situação se estende térreo e ala vermelha, devido às facilidades de acesso. “Se chega um paciente em estado grave, a gente é obrigada a transportar um com o quadro mais estável para outra ala do hospital”, explicou, lembrando que muitas vezes contam com ajuda de bombeiros e policiais que ficam de plantão na unidade.
Fabiana Sousa está com o irmão desde a última semana nas dependências da unidade, mas devido ao problema, está em uma maca na sala de urgência e emergência. “Ele está internado, mas não no setor de internação. Está em uma maca precária, no setor de urgência. Além de não ser o setor que ele deveria estar, acaba atrapalhando o atendimento até dos médicos e enfermeiros aos demais pacientes que dão entrada na unidade. Enfim, aqui é um caos”, disse a acompanhante.
A situação acabou indo parar no Ministério Público Estadual (MPE), conforme confirmado pelo Promotor de Justiça, Alexandre Guedes, da Promotoria de Defesa da Cidadania. Ao Diário, Guedes afirmou que está abrindo um inquérito para apurar as condições dos elevadores, bem como a falta de manutenção por parte da empresa responsável.
Diante da situação precária da estrutura da unidade, a Comissão da Câmara de Cuiabá, presidida pelo vereador e médico Ricardo Saad, foi in loco constatar o cenário que foi descrito em denúncias. “Isto não pode acontecer. Tem pacientes que estão em estado grave e precisam ser transportados. Providências precisam ser tomadas com urgência”, ressaltou o vereador.