Cidades Terça-Feira, 01 de Setembro de 2015, 15h:12 | Atualizado:

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Senado do Futuro debate ‘ascensão social’ e IPEA alerta sobre segregação

 

Da Redação

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A Comissão Senado do Futuro (CSF) discutiu nesta terça-feira, 1º, as bases da ‘ascensão social’ como finalidade das políticas públicas do Brasil. Durante audiência pública com o tema “Impasses e Perspectivas da Sociedade Brasileira", um dos convidados, o sociólogo Jessé Souza, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), observou o momento histórico do país e alertou para o risco de a nação voltar a privilegiar apenas 20% da população.  O debate foi mediado pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT), que preside a CSF.

Jessé Souza explicou que o IPEA tem trabalhado no projeto “Radiografia do Brasil Contemporâneo”, que tem como finalidade “compreender quem é o brasileiro de hoje”. Para ele, essa identificação é importante dado o momento de escolha histórica que passa o país, a exemplo do que aconteceu em 1964, quando o Brasil decidiu se iria ser uma democracia industrial pujante e de massas, ou se iria construir uma nação para somente 20% de seu povo.

“Infelizmente, a opção histórica foi a segunda, ou seja, nós decidimos construir uma nação para 20%, uma pequena classe média de privilegiados" – observou.

No entanto, segundo Jessé, nos últimos 10 ou 15 anos viu-se uma reversão parcial desse processo, ou seja, dezenas de milhões de pessoas deixaram o Estado de exclusão social e passaram a participar de um processo significativo de ascensão. Mas para ele, a população poderá ter de escolher se mantém o processo que combate a exclusão ou se volta à sociedade que privilegia aos 20%.

Para o sociólogo, a visão sobre a “nova classe média” é resultado de um debate superficial. Segundo ele, esta “mera classificação econômica e estatística por faixas de renda” não explica rigorosamente nada: “O que a gente quer saber, quando dividimos as pessoas por classe, é de que modo elas se comportam, de que modo elas reagem, qual é o seu estilo de vida, o seu padrão de consumo, a sua concepção de mundo” — explica.

O senador Wellington Fagundes foi taxativo ao fazer uma previsão otimista, mesmo com o atual momento de crise que o país está vivendo: “O futuro reserva um lugar especial para os brasileiros. Não podemos perder a oportunidade” – disse, ao defender o debate estratégico como forma de consolidação das etapas de planejamento e execução. Para Wellington, o trabalho do Ipea ajudará a Comissão do Senado do Futuro a traçar caminhos para a melhoria das políticas públicas brasileiras.

— A gente percebe hoje que está muito difícil para a classe política discursar diretamente à classe média, falando de forma aprofundada e com proximidade — observou.

O Coordenador-Geral de Projetos do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Alessandro Candeas, propôs à Comissão Senado do Futuro encabeçar as discussões por uma ação de governança de longo prazo, no formato de conferências nacionais relacionadas ao pensamento estratégico. “Nunca foi feita no Brasil uma conferência nacional neste sentido, que deixa de lado questões partidárias imediatas e foca no país do futuro” – evidenciou o diplomata.

Segundo ele, a construção de uma rede de pensamento estratégico criará espaço e potencial para dar respostas positivas à sociedades civil, os agentes políticos e empresariais. “É uma iniciativa promissora, de pensar o Brasil no longo prazo, construindo consensos por cima de todas as divergências”.

A audiência teve ampla participação popular - através do portal e-Cidadania e o espaço Alô Senado - e contou com a presença dos senadores Donizetti Nogueira (PT-TO), Blairo Maggi (PR-MT), Fátima Bezerra (PT-RN), José Medeiros (PPS-MT), Lídice da Mata (PSB-BA), Cristóvam Buarque (PDT-DF) e Vicentinho Alves (PR-TO), além de vários pesquisadores e professores de institutos e instituições de ensino superior

 





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