Cidades Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 08h:06 | Atualizado:

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DESERÇÃO

Soldado é condenado por abandonar o posto de serviço em MT

Ele deixou de se apresentar no núcleo da corporação em Acorizal, onde estava escalado

LEONARDO HEITOR
Da Redação

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militares, fardamento

 

O juiz Moacir Rogério Tortato, da 11ª Vara Criminal Militar de Cuiabá, condenou o soldado da Polícia Militar Bruno Henrique da Silva a 2 meses de detenção, após o soldado ter abandonado o posto, mesmo tendo sido escalado. Em depoimento, o agente confessou que deixou de se apresentar por não estar nas condições emocionais ideais para o trabalho, apontamento que foi inclusive confirmado pela ex-mulher do suspeito.

Na ação, o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) acusou o soldado Bruno Henrique de deserção. Segundo os autos, o agente se ausentou sem licença, da unidade em que servia, por mais de 8 dias. As investigações apontaram que, desde o dia 27 de fevereiro de 2023, ele deixou de se apresentar perante o núcleo da corporação em Acorizal, onde estava escalado.

Um procedimento de incidente de insanidade mental chegou a ser instaurado e suspendeu o processo e o laudo concluiu pela semi-imputabilidade do acusado. Em audiência, o soldado alegou que se ausentou por questões emocionais e confessou o crime. Ele informou ainda que está em tratamento, com períodos de melhora e piora, dependendo do momento.

Quando foi questionado se o departamento de Recursos Humanos da Corporação estava ciente dessa situação, o soldado respondeu que não sabia, pois não tinha auxílio da Polícia Militar. Ao ser perguntado se, durante o período de afastamento informou a unidade, ele respondeu que durante algum período sim, mas que depois a situação ficou “meio turbulenta” e ele não se lembra muito bem.

Por fim, o soldado informou que, durante o período de deserção, estava em tratamento médico. Indagado se nesse período em que não tinha condições psicológicas chegou a informar a administração do quartel ou pediu para alguém fazer isso por ele, disse que estava próximo da finalização do tratamento e que provavelmente teria que retornar ao trabalho e, com essa hipótese, ficou conturbado, razão pela qual acabou se isolando por um período.

Em depoimento, a ex-mulher de Bruno informou que foi casada por 13 anos com o soldado, relacionamento que começou antes dele ingressar na PM e que estão separados há quase 2 anos. Ela disse que antes do militar entrar na Corporação, era uma pessoa mais passiva, mas depois de 2 anos de trabalho, se tornou mais agressivo, ansioso e inquieto.

Ela relatou ainda que Bruno tinha episódios de insônia e acordava no meio da noite acreditando que havia pessoas em casa e que estava sendo perseguido. No depoimento, a ex contou que após o soldado participar de ocorrências que colocavam sua vida em risco, o agente ficava ainda mais ansioso.

Por fim, ela declarou que quando esses episódios começaram, iniciaram um tratamento para prevenir suicídio, pois já havia presenciado atitudes suicidas por parte dele. A ex contou também que ficou sabendo sobre a escala de Bruno porque pessoas o procuraram, mas ele ficou desaparecido por um tempo e depois entrou em contato com ela por causa dos filhos.

Na decisão, o juiz apontou que o soldado afirmou em seu interrogatório que estava ciente da escala de serviço e que não justificou nem comunicou sua ausência ao chefe imediato. O magistrado destacou que os problemas de saúde alegados pelo militar não o eximiam do dever de comparecer à unidade, tampouco justificam sua ausência, condenando Bruno Henrique da Silva a 2 meses de prisão.

“Isto posto, julgo procedente a denúncia para condenar o réu Bruno Henrique da Silva, suficientemente qualificado nos autos. Por essa razão, aplico a pena base em seu mínimo legal em 6 meses de detenção. Verificada a causa de diminuição e considerando que o laudo indicou parcial comprometimento de autodeterminação, impõe-se a redução de 2/3, totalizando 2 meses de detenção. Estabeleço o regime inicial aberto para o cumprimento da pena”, diz a decisão.





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Comentários (6)

  • Derysi Cuneat

    Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 19h49
  • O velho golpe de alegar problemas psiquiátricos para se aposentar prematuramente. Entre os funcionários públicos existem pessoas que usam esses artifícios para não trabalhar, mas não procuram os tratamentos disponíveis.
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  • contrituinte indignado

    Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 17h30
  • Deveriam trabalhar mais, aposentam muito cedo, poderiam ir reduzindo as horas após 30 anos mas contribuir mais, ficam mais de 40 anos só recebendo
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  • Geração nutella

    Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 17h27
  • Se a pessoa está doente tem que avisar sim senhor, tem que avisar afinal ninguém adivinha, atestado médico serve para nada?, Antigamente as pessoas tinham vergonha de faltar ao trabalho, hoje está banalizado demais
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  • Antônio

    Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 13h27
  • Sou veterano e sou oficial nunca bajulei nenhum governador ou outras autoridades, fazia o meu serviço, e nunca tive rabo preso com ninguém, portanto esse meu xará foi infeliz no seu comentário generalizando todos os oficiais
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  • Contagem Regressiva

    Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 10h30
  • Contagem regressiva para vir o primeiro praça frustrado comentar que isso não aconteceria se fosse com oficial! É por isso que a PM está há anos luz atrás da PJC: Oficial trabalha muito sim, mas só pra bajular o governador! Já muitos praças se esconde atrás de atestados fajutos para faltar à vontade, vão pro serviço o dia que quer e ainda se sentem injustiçados quando a conta chega!
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  • Antônio

    Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 09h00
  • Se o acusado está doente ... psicológico..ou psiquiatrico...quem deve acompanhar é a PM ..o Soldado não vai pedir ninguém pra avisar ...pois o mesmo está enfermo da mente ...contrate um bom advogado ...essa minha opinião
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