Um traficante de Mato Grosso, Anderson de Andrea Lemes, suspeito de movimentar R$ 18 milhões em três anos numa conta bancária, teve a prisão preventiva mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão da ministra Rosa Weber foi publicada nesta terça-feira (1º). Ele é sogro de Luciano Mariano da Silva, conhecido como “Marreta”, uma das lideranças do Comando Vermelho em Mato Grosso que está detido na PCE (Penitenciária Central do Estado).
A defesa alegava constrangimento ilegal por excesso de prazo, uma vez que, a prisão preventiva já dura mais de um ano e até o momento não houve sentença pelo poder Judiciário decorrente da Operação Parasita, deflagrada pela Polícia Civil em fevereiro de 2021.
Porém, a ministra Rosa Weber entendeu que não há flagrante ilegalidade na prisão que pudesse justificar a concessão de um habeas corpus de ofício pela Suprema Corte.
A Operação Parasita desmantelou um esquema criminoso destinado ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes conexos, liderada por presidiários da Penitenciária Central do Estado
As investigações apontaram ainda que a organização criminosa funcionava como uma espécie de franquia do crime, com conexões e relações comerciais com outras organizações criminosas, dentro e fora de Mato Grosso. O grupo organizava a logística de fornecimento de entorpecentes a integrantes de outras organizações atuantes na região nordeste do Brasil.
Os integrantes pagavam taxas mensais e eram obrigados a repassar boa parte dos lucros das atividades aos líderes. A organização criminosa investigada possuía setores operacional, contábil e financeiro. Os principais membros, que já se encontravam presos, contavam com a ajuda de outros em liberdade para executarem suas ordens, recolhimento de dinheiro, distribuição de drogas e fiscalização das movimentações financeiras.