STJ nega devolver passaporte e barra viagem de influencer alvo da PC

 

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Rogério Schietti Cruz, negou a devolução do passaporte da “digital influencer” Ana Caroline Ormond Sobreira Nascimento. Ele é um dos alvos da operação “Suserano”, que revelou possíveis prejuízos aos cofres públicos da Secretaria de Agricultura Familiar por meio de emendas parlamentares que somam R$ 28 milhões.

A decisão do ministro é da última terça-feira (22), que seguiu a mesma linha do também ministro do STJ, Herman Benjamin, que no dia 11 de outubro já havia negado o pedido da “digital influencer”. Nos autos, Ana Caroline conta que teria uma viagem programada desde o mês de maio de 2024 para os dias 6 a 19 (duas semanas) deste mês de outubro.

O ministro Benjamin relatou em sua decisão que não poderia acatar o pedido tendo em vista que a mesma solicitação, feita ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), ainda não teve o mérito analisado, e que a medida acarretaria em supressão de instância. Na decisão da última terça-feira, o também ministro Rogério Schietti Cruz concordou com o colega, analisando que não houve mudanças no processo que pudessem favorecer Ana Caroline.

“Não observo nenhuma circunstância nova ou argumentos suficientes que justifiquem a modificação da decisão impugnada, a qual se lastreou em pacífica orientação desta Corte”, observou Schietti. Em suas redes, Ana Caroline publica diversas fotos, vídeos e stories de viagens ao interior.

Sendo  apenas uma estudante universitária de 22 anos, com modestos 17,6 mil seguidores no Instagram, ela possui mais de R$ 5 milhões em bens em seu nome. As suspeitas levantadas pela Polícia Judiciária Civil (PJC), que deflagrou em setembro deste ano a operação “Suserano”, é de que seu próprio pai, Alessandro do Nascimento, tenha ocultado bens utilizando as contas da filha.

Alessando do Nascimento possui “trânsito” com deputados estaduais do “alto clero” da ALMT, e seria um dos envolvidos num esquema de desvios de emendas destes mesmos parlamentares. Nenhum político com mandato foi alvo da operação "Suserano".