Um homem comprou um celular para o filho de 4 anos pela internet e recebeu um tapete de pano xadrez no lugar do aparelho, em Cuiabá. A encomenda foi feita no dia 28 de maio e o pacote, que deveria ser do celular, foi entregue por meio dos Correios nesta quinta-feira (10).
A vítima, que não quis ter a identidade divulgada, registrou um boletim de ocorrência e pediu o reembolso para a empresa onde fez a compra. Conforme o extrato da compra, o pai pagou R$ 399 no presente para o filho.
“Comprei um celular no site e quando recebi tinha um tapete dentro da embalagem. Foi uma decepção. Meu filho estava ansioso esperando o celular”, disse.
A suspeita é que o produto tenha sido furtado na Central de Distribuição dos Correios, pois, segundo o pai, a empresa onde fez a compra é de confiança da família.
“Nunca tive problemas, essa foi a primeira vez. Acredito que meu aparelho tenha sido furtado”, pontuou.
O G1 entrou em contato com os Correios, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal realizou a Operação Destino Final, que apura um esquema de desvio de encomendas na Central de Distribuições dos Correios, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá.
De acordo com as investigações, iniciadas em 2020, os principais alvos dos criminosos são os celulares.
A Central investigada pela PF é a mesma por onde passou a encomenda da vítima.
Segundo a polícia, o grupo que atuava na Central agia de maneira coordenada e, quando um dos investigados identificava uma encomenda contendo aparelho telefônico, repassava a informação para os demais que agiam de forma a não serem flagrados pelas câmeras de monitoramento.
Após retirar o produto, os suspeitos repassavam os celulares para lojas de assistência técnica de telefones, onde os aparelhos eram revendidos ou tinham suas principais peças retiradas.
A encomenda era encaminhada para um destino diferente do destinatário, a fim de dificultar a identificação do local em que o produto foi extraviado.
Foram expedidos nove mandados de busca e apreensão pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal.
A PF informou que continuará as investigações para identificar outros suspeitos que também têm envolvimento com as condutas, bem como identificar eventuais funcionários dos Correios ou de empresas terceirizadas que participam do esquema criminoso.