A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) manteve a prisão do pastor evangélico Lourival dos Santos André, preso em janeiro deste ano por uma suposta importunação sexual contra uma mulher numa pizzaria. O crime ocorreu em Ribeirão Cascalheira (886 Km de Cuiabá).
Os magistrados da Segunda Câmara seguiram por unanimidade o voto do desembargador Rui Ramos, relator de um habeas corpus ingressado pelo pastor contra a sua prisão. A sessão de julgamento ocorreu na manhã desta quarta-feira (10).
A defesa alegou nos autos que, na verdade, Lourival foi vítima de agressões ocorridas numa pizzaria de Ribeirão Cascalheira ao “aconselhar” uma mulher a não estacionar na calçada do estabelecimento, e que parasse de acelerar seu veículo. O pastor narra que teria sido agredido depois de tentar “valer o seu direito como cidadão”, se apresentando como um “estudante de direito”.
Depois de ter apanhado, o pastor evangélico procurou um batalhão da Polícia Militar para denunciar os agressores. Os PMs foram até a pizzaria, momento em que a mulher que teria sido “aconselhada” revelou, na verdade, que foi “apalpada” pelo suspeito, o que revoltou os clientes do estabelecimento comercial, culminando nas agressões. Com o relato da suposta vítima de importunação sexual, Lourival acabou recebendo voz de prisão.
Em seu voto, o desembargador Rui Ramos ponderou que há outro habeas corpus pedindo a liberdade do pastor tramitando na primeira instância do Poder Judiciário de Mato Grosso, e que uma decisão da Segunda Câmara Criminal poderia configurar “supressão de instância”.
ÓLEO UNGIDO
Antes de ser preso pelo “incidente” na pizzaria, Lourival dos Santos André já tinha sido preso em maio de 2022 pelo suposto estupro de quatro mulheres que tinham ido lhe pedir uma “oração”. Atualmente, o pastor é suspeito de ter feito cinco vítimas.
Segundo as investigações, uma das supostas vítimas, menor de idade, participava de uma conferência numa igreja evangélica em Confresa (1.167 Km de Cuiabá), quando o suspeito a chamou para um quarto fechado e acariciou suas partes íntimas. Em outro momento, ele teria realizado uma chamada de vídeo para a garota onde aparecia manipulando e exibindo o órgão genital.
A segunda vítima, de 17 anos, relatou que no mês de fevereiro de 2022 foi até a igreja evangélica pedir uma oração ao pastor. Dizendo que realizaria o ato religioso, Lourival a levou até o banheiro da igreja, deu um óleo à garota, e pediu que ela passasse na barriga. Na sequência, o investigado passou o produto pelo corpo da vítima, que começou a sentir tontura, teve o vestido tirado pelo suspeito, que foi abusada.
Conforme a investigação da Delegacia de Confresa, os crimes eram cometidos sempre com o mesmo modus operandi, durante a "oração", quando o pastor falava que tinha que passar óleo ungido nas partes íntimas das vítimas, pois alguém havia feito “magia negra”. O investigado levava as vítimas, maiores e menores de idade, para um quarto ou outro cômodo da igreja, passava o produto no corpo e nas partes íntimas delas e praticava os abusos.
João Cuiabano
Sexta-Feira, 12 de Abril de 2024, 14h55Laura
Sexta-Feira, 12 de Abril de 2024, 13h26