Traficante líder da facção Comando Vermelho (CV) condenado a 39 anos de prisão desaparece depois de ser colocado em liberdade durante plantão judiciário do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Janderson dos Santos Lopes, 30, condenado por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico de drogas é liderança do CV na região de Primavera do Leste.

Dois dias depois da decisão da soltura, outro desembargador do TJ, também em decisão monocrática, revogou a liberdade, determinando a volta à prisão. Mas Janderson havia rompido a tornozeleira eletrônica e é considerado foragido da Justiça.

Ele está entre os 113 presos da Operação “Red Money”, deflagrada pela Polícia Civil em 2018. Mas durante o cumprimento da pena, em 7 de abril de 2024, foi alvo da operação La Catedral, acusado de comandar o esquema de lavagem de dinheiro da facção de dentro da prisão onde cumpria a pena.

Mesmo condenado, entrava e saía da cadeia sem qualquer controle ou fiscalização. O esquema contava com a participação do diretor da cadeia pública, Valdeir dos Santos. O voto pela soltura partiu de um juiz convocado, no último dia 4 de março, ao receber o habeas corpus no plantão judiciário da segunda-feira de carnaval (3), às 21h27, atendendo pedido da defesa do traficante, que havia sido negado pelo juiz da comarca.

O desembargador Hélio Nishiyama, da Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, revogou a decisão que soltou Janderson dos Santos Lopes determinou a expedição de novo mandado de prisão. Quanto ao pedido da defesa do traficante, o desembargador justificou a volta a prisão como necessidade de garantir a ordem pública com base no risco de reiteração delitiva, considerando que o condenado ostenta um executivo de pena de 39 anos e 11 meses de reclusão, no regime fechado, referente aos delitos de tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Investigação da Operação La Catedral aponta que após a condenação, Janderson, foi transferido da Penitenciária Central do Estado para a cadeia de Primavera do Leste e, poucos meses depois, indicado para o trabalho externo. Contudo, ele não cumpria a escala de trabalho extramuros e agia com total liberdade, inclusive viajando e administrando o patrimônio adquirido ilicitamente.