Trabalhadores do Hospital Universitário Júlio Muller devem entrar em greve nesta sexta-feira (22) contra uma decisão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela administração, que revogou a jornada flexibilizada de 30 horas semanais. Carga horário de 40 horas será imposta.
Decisão foi tomada nesta segunda-feira (18), em assembleia que reuniu cerca de 200 trabalhadores. Resolução da empresa suspende decreto assinado pela superintendente do Hospital, Elisabet Furtado, e tem previsão para entrar em vigor no dia 1 de abril de 2019. Ação atinge trabalhadores estatutários, ligados à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), mas não interfere nos trabalhadores contratados no regime de CLT, ligados à Ebserh.
De acordo com uma das coordenadoras do Sintuf, Léia de Sousa Oliveira, os serviços do hospital não devem ser paralisados em sua integridade, já que hoje além dos servidores estatutários existem regimes cltistas e terceirizados. "A nossa greve hoje não tem esse impacto de suspensão de atendimento que teria há 10 anos atrás, então tem setores por exemplo que nós somos minoria, nesses setores o setor vai funcionar com mais de 60, 70% das atividades. Nos setores em que somos maioria ainda vamos trabalhar com 30% , que a lei determina", explicou.
Coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da UFMT (Sintuf-MT), Fábio Ramirez, considerou a portaria como uma tragédia anunciada e afirmou que os trabalhadores não podem carregar nenhum crime nas costas. "Em nenhum hospital universitário do Brasil se têm jornada de 40 horas por um motivo muito simples. O trabalhador que atua 8 horas diárias precisa de um intervalo de duas horas de descanso. Se um paciente passa mal neste período, o que acontece? Como explicar para um familiar que alguém teve seu quadro agravado, ou mesmo faleceu, porque o trabalhador estava em horário de almoço?", questionou.
Ato está marcado para a próxima quarta-feira (20) para cobrar apoio da UFMT para reinvindicação. Na próxima quarta-feira (20) eles farão um ato no Conselho Universitário cobrando apoio da UFMT para a reivindicação.