Basta chegar junho e julho para a paisagem de Cuiabá ganhar os tons de roxo por toda parte. De toda a família dos ipês, o roxo é o primeiro a floriar, embelezando as ruas, que logo darão espaço para os “irmãos” amarelo, rosa e branco.
De acordo com o biólogo Tony Schuring Siqueira, as cores dos ipês tem relação com a especificidade das raízes. “As que absorvem mais enxofre têm flores amarelas, ferro tem flores roxa. Tudo está interligado com a especificidade de absorção das raízes”, explica.
Conforme o biólogo, Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda. É o nome popular usado para designar um grupo de 10 espécies de plantas com características semelhantes de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lilás.
As sementes do ipê têm é alada e pode voar até 10 km para cair e fecundar em solo fértil. Por isso é comum ver as árvores em áreas remotas. As espécies que mais ficam floridas são a amarela e roxa. Já a com florada mais dura é o branca. Árvores como paineira rosa, aricá e chuva de ouro são frequentemente confundidas com ipê.
Além de beleza, eles têm propriedades medicinais e alguns são comestíveis, como branco. Antigamente, quando os povos usavam conhecimento da medicina popular para a cura, o ipê roxo era amplamente usado para tratamento de diversas enfermidades.
Substâncias presentes na casca dessa espécie têm propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antiviral e antioxidante, entre outros benefícios. Nos meses de junho e agosto é a vez dos Ipês amarelos reinarem. Ele é encontrado em praticamente todo o país. Sua presença é tão marcante que, em 27 de junho de 1961, o presidente Jânio Quadros aprovou o Projeto de Lei 3.380/61, que tornou a flor do ipê amarelo símbolos do Brasil e o pau-brasil a árvore símbolo nacional.