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Contadora de histórias transforma paixão literária em profissão

 

ANA JÚLIA PEREIRA
Gazeta Digital

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Há cerca de 20 anos, Alicce Oliveira, 54, se descobriu como contadora de histórias e fez disso um espetáculo e também sua profissão. Aos 54 anos, a atriz, produtora cultural, escritora e contadora de histórias, lembra como transformou sua maior paixão, que é a literatura, na sua única fonte de renda.

Natural em São Paulo, ela veio com a família para Cuiabá em 1991. Começou a se dedicar a companhias de teatro, fazendo espetáculos, trabalhos de televisão, cinema, mas foi quando participou de um curso de contador de histórias que ela descobriu sua verdadeira paixão.

“O meu mestre na contação de histórias foi o José Mauro Brant, ele é musicista, ator, e contador de história no Rio de Janeiro. Foi o primeiro contador de história profissional que participei de um curso e aí me apaixonei, fiz o curso, assisti ao espetáculo e fiquei encantada. Depois que ele foi embora eu fiquei pensando em como começar esse trabalho novo em Cuiabá”, contou.

Ela explica que por se tratar de um trabalho solo, ela só precisou montar seu repertório, estudar e assim, conseguir montar seu próprio estilo. “Meu primeiro espetáculo foi “Histórias Birutas e Batutas”, em que montei histórias com nosso folclore tradicional, e foi um sucesso”, relembrou.

Ela explica que há uma diferença entre os professores que contam histórias, do que o profissional contador de histórias, isso porque se faz necessário a produção de uma logística, abrir uma empresa e dar conta da demanda. “O contador de história a gente chama de profissional da narrativa. Que trabalha narrativa cênica e tudo mais. O meu estilo, por exemplo, está voltado mais para a questão musical das histórias. Eu utilizo muitos recursos sonoros confeccionados por mim. Então quando eu vou contar a história, eu crio essa ambientação. A composição da minha contação de história, também, não chega a ter um figurino, mas é, por exemplo, um vestido ou um adereço como um lenço colorido ou algo no cabelo, uma bolsa colorida ou customizada. Eu também não tenho cenário, a gente delimita ali o espaço e coloca uma plateia de 200, 300, 600, 1.000 pessoas eh utilizando microfone, uma boa sonorização, a gente conta histórias em torno de 30, 40, uma hora, dependendo do evento”, explicou como funciona seu trabalho, na prática.

Após iniciar sua carreira, ela participou de diversos festivais em várias partes do país, projetos de contadores de história, montando espetáculos para crianças, adultos e idosos. Mas depois de tantos espetáculos que ela decidiu escrever um livro, com os contos que ela produzia. “Um dia chegaram em mim perguntando se eu tinha um livro, para que conseguisse colocar minhas histórias. E eu já tinha guardado alguns dos meus originais, escrevendo algumas coisas de contação de história, sempre voltado para literatura infantil ou infanto-juvenil. E aí eu falei: "Bom, vou me arriscar, levar para uma editora para ver o que eles acham da minha obra, né?". Então, a primeira editora que foi minha madrinha, foi a Umanos Editora. E esse livro tem me trazido tantas boas novas. Porque a partir dele eu comecei a trabalhar com as minhas próprias histórias, contar a história do meu próprio livro”, contou sobre Troia, seu lançamento em 2020.

Alicce conta que sempre foi muito apaixonada pela literatura infantil e infanto juvenil. E quando teve a oportunidade de trabalhar com isso, ela pulou de cabeça, e nem pensou em fazer outra coisa, além disso.

“É a minha única profissão de contador de história. Acho que eu sou uma das únicas nesse Cuiabá que vive da sua arte há mais de 30 anos. Eu acho que nós temos que encarar a profissão de artista como outra qualquer. Você tem que ter dedicação, tem que ter estudo e tem que ter uma empresa. Porque quando a gente começa, é alegria, é felicidade, mas se você quer que essa alegria seja contínua, e quer trabalhar com o que gosta, com a sua paixão, você precisa transformar isso numa profissão. Tem que levar a sério mesmo e fazer por onde. Então eu sou feliz com o que escolhi para minha profissão e eu sempre digo que não trabalho, eu me divirto, eu ganho para divertir as pessoas, e não tem nada melhor”, contou.

Além das apresentações, Alicce também se dedica a oficinas, projetos, palestras e cursos, que ministra principalmente para os profissionais da educação. 





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