Médicos e residentes de medicina participaram nesta quinta-feira (08) de uma capacitação sobre as novidades em cirurgias de tireoidectomia por videolaparoscopia. A técnica, que é uma das maiores inovações quando se trata de tratamento para câncer na tireoide, foi apresentada por Renan Lina, um dos maiores especialistas da área no Brasil.
Renan Lira é titular do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço Camargo Cancer Center. Já realizou 700 cirurgias com a técnica não invasiva e agora roda pelo país para instruir a nova geração de médicos sobre o método que tem sido referência para pacientes oncológicos, por ser menos invasivo, não deixar cicatriz e causar menos dor.
“Tem que analisar a viabilidade do paciente, não são todos que cabem nesse tipo de cirurgia. Eu tenho ido a algumas cidades para demonstrar a técnica”, ponderou Lira. Após a palestra, que foi trazida a Mato Grosso com apoio da clínica Oncolog, o grupo pode ainda acompanhar ao vivo uma transmissão simultânea do procedimento cirúrgico.
“É muito importante ter aqui esse tipo de aprendizado sendo apresentado para o nosso público, para mostrar as inovações no campo da medicina. Em Mato Grosso esse tipo de procedimento ainda não é realizado, mas queremos mostrar que existe, que é possível e formar um campo de capacitação”, disse Erik Bustamante, cirurgião da Oncolog.
Conhecido como Tireoidectomia endoscópica trans oral por acesso vestibular (Toetva), o procedimento passou a ser realizado no Brasil ainda em 2016. Pela modalidade, é feita a retirada total ou parcial da tireóide, por meio do uso de instrumentos de videolaparoscopia, que são introduzidos na parte interna do lábio inferior.
Estima-se que 13.780 brasileiros descobriram ter câncer na tireoide em 2020, um número bastante expressivo. E entre esses novos casos, a grande maioria é registrado em mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Por isso, novos procedimentos para o tratamento estão sendo cada vez mais explorados.
O tratamento do câncer na tireoide é cirúrgico, podendo ser feita a retirada total do carcinoma ou parcial, de acordo com a indicação do especialista. A detecção precoce é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. No país, no ano passado, 869 pessoas morreram em decorrência da doença.