Com poemas viscerais, imagens que falam de silêncio e depoimentos que ecoam décadas de invisibilidade, a exposição “Normal demais para ser autista, autista demais para ser normal” vem movimentando o cenário cultural de Mato Grosso e, especialmente, atraindo mulheres autistas, com diagnóstico tardio, vindas de diferentes cidades do estado. A exposição ocorre na cidade de Jaciara (144 km de Cuiabá).
Um delas é Luciana Ribeiro, moradora de Lucas do Rio Verde, que ficou totalmente sensibilizada com a exposição. “Isso é inédito e eu me identifiquei muito com o que vivenciei nessa exposição. Eu jamais poderia perder a oportunidade de ver e sentir tudo isso de perto”, revelou .
Em cartaz no Instituto Vencer, em Jaciara, até o dia 15 de agosto, a mostra é a primeira do estado idealizada, produzida e protagonizada por uma artista autista. Daya Ananias, diagnosticada aos 32 anos, apresenta obras que exploram as subjetividades femininas no espectro, rompendo com os estereótipos que ainda cercam o autismo, frequentemente associado à infância, ao masculino e ao olhar clínico.
Desde sua abertura, a exposição vem reunindo visitantes de municípios vizinhos e até de regiões mais distantes,l. Muitas são mulheres que, assim como a artista, passaram grande parte da vida tentando se adaptar a padrões que não as representavam, e só na idade adulta descobriram que eram autistas.
Além das obras visuais e poéticas de Daya, o público também tem acesso a quatro depoimentos de outras mulheres autistas com diagnóstico tardio.
A exposição é uma das contempladas pelo Edital Identidades nº 13/2023 da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (SECEL-MT), por meio da Lei Paulo Gustavo. Gratuita e aberta ao público, a mostra segue em exibição até o dia 15 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, no Instituto Vencer, em Jaciara.