Os gêmeos Vitor Hugo Rodrigues de Souza e Bruno Henrique Rodrigues de Souza, de 15 anos, nasceram prematuros e ficaram com sequelas que os impedem de se movimentar normalmente. Eles precisam realizar uma cirurgia, em Cuiabá, para diminuir as dores frequentes, mas, apesar de terem conseguido o procedimento, os gastos com o hospital podem chegar a R$ 100 mil.
Para tentar conseguir pagar esses custos, a família criou uma vaquinha online. Os adolescentes possuem um problema no quadril que provoca o descolamento dos ossos das pernas, o que causa muitas dores. Segundo o pai deles, Rogério Soares de Souza, Bruno Henrique foi diagnosticado há mais de três anos e a recomendação foi que fizesse uma cirurgia, mas até hoje o Sistema Único de Saúde (SUS) não liberou o procedimento.
"Desde 2018 que a gente está como pedido de cirurgia do meu filho, o sistema de saúde de Cuiabá já negou e eu entrei com o pedido para o atendimento ser feito em Brasília e não obtive resposta. A única que tive foi a consulta negada para ele", contou.
Em nota, a Prefeitura de Cuiabá informou que em decorrência da pandemia, as cirurgia eletivas precisaram ser suspensas e que, atualmente, 1.900 pacientes aguardam por uma cirurgia ortopédica, mas que os irmãos estão com consultas agendadas com um especialista que vai fazer a análise das condições clínicas para depois efetivar o encaminhamento para o procedimento cirúrgico.
Já Vitor Hugo não possui um pedido de cirurgia, mas nesse período é o que mais tem sofrido com as dores e o caso dele preocupa mais os pais porque o adolescente não consegue mais falar e a mãe dele, Maura Nice Rodrigues da Silva, não consegue ajudá-lo a fazer a higiene básica. "O Victor quando tem crises, a gente não consegue nem tocar nele. Então quando ele está com dor sentado na cadeira, o coloco no chão. Se ele está na cama e com dor, eu tenho que colocá-lo na cadeira. A higiene dele está difícil para a gente, para colocar no banheiro, para dar banho, para cuidar e trocar a fralda", disse.
Segundo o médico ortopedista Miguel Aprelino, que fez o atendimento do Bruno Henrique disse que, caso a cirurgia demore, o quadro pode piorar. "Quanto mais tempo demora, mais dor, mais deformidade, ele vai ter e as cirurgias também podem sofrer mudanças na indicação. De uma cirurgia não muito complexa do ponto de vista cirúrgico, de repente a gente tem que fazer uma cirurgia maior, de salvação até do quadril. Então o quanto antes tratar, melhor para a criança e para a família", explica.
Diante da gravidade, o médico se ofereceu para fazer o procedimento sem cobrar seus honorários, mas a cirurgia tem que ser feita em um hospital particular e é preciso contratar a equipe e os equipamentos necessários. "A família vai ter que conseguir agora um hospital, a equipe de anestesia, a equipe de material que eu preciso para a cirurgia, porque existe outros gastos. Pelo menos a parte ortopédica como eu já conheço essa família, como eu já tratei dele no passado, é uma coisa que a gente pode fazer. Eu tenho uma equipe muito boa de ortopedia que trabalha comigo e não é incomum nós realizarmos cirurgias dessas como uma forma de cortesia da nossa parte", contou.
Segundo a família, um orçamento já foi feito e só os custos com hospital, anestesista e os insumos para a cirurgia, ficam em torno de R$ 15 mil. Além disso, também é preciso pagar os exames pré-cirúrgicos, diárias com internações e medicamentos. Os cstos que podem chegar a R$ 100 mil, e por isso uma vaquinha virtual está sendo organizada.