Companhia cancela passagens e família de MT fica "presa" em Natal

Uma família de Mato Grosso vive um drama para tentar voltar para casa, após ter feito uma viagem turística para o Rio Grande do Norte. O grupo, composto por quatro pessoas, viu as passagens de volta serem canceladas pela 123 Milhas, mesmo após os tíquetes terem sido emitidos e até mesmo terem os localizadores encaminhados.

Para piorar, a Latam descumpriu uma liminar, concedida pela Justiça. A ação foi movida por Jairo Bueno Machado, Walcy Pereira Miranda, Mariane Pereira Miranda e o menor A.M.M.V., moradores de Campo Novo do Parecis.

Eles adquiriram passagens junto à 123 Milhas, de ida e volta para o trecho entre Cuiabá e Natal (RN), entre os dias 14 e 20 de setembro, pelo valor de R$ 5.620,14. O primeiro trecho da viagem foi realizado pela empresa aérea Gol, sem maiores problemas, mas na véspera do retorno para Cuiabá, a família recebeu um email da Latam, companhia que realizaria o trecho de volta.

A mensagem comunicava que a reserva havia sido cancelada, após um pedido de reembolso realizado pela 123 Milhas. A advogada Ana Lúcia Zanatta, que faz a defesa da família, apontou na ação que além de ter a passagem cancelada mesmo após a emissão dos códigos de reserva, o grupo foi surpreendido com a ‘solução’ apresentada pela Latam, que sugeriu a aquisição de novas passagens, pelo valor de R$ 10.145,08.

Por conta do imbróglio, a jurista entrou com um pedido de liminar para garantir o retorno dos quatro para Cuiabá. No processo, eles pedem uma indenização por danos morais de R$ 8 mil por pessoa, totalizando R$ 32 mil.

O juiz Pedro Davi Benetti, da Primeira Vara de Campo Novo dos Parecis, acatou o pedido de liminar e determinou que a Latam disponibilize o embarque do grupo nesta quarta-feira (20), para o trecho entre Natal e Cuiabá, sob pena de multa diária de R$ 500. “Nota-se que os autores estão fora do seu domicílio de residência e viajaram com data prevista para retorno tendo, inclusive, organizado compromissos para o referido período, de forma que a demora no provimento jurisdicional poderá acarretar prejuízos como despesas extras com hospedagem ainda em Natal, perda das reservas feitas em Cuiabá, dentre outros decorrentes da ausência dos autores no município de residência”, diz trecho da decisão.

No entanto, a Latam se recusou a cumprir a decisão e não autorizou a viagem dos quatro. O grupo, formado por um casal, a mãe de um deles e o filho de Mariane, chegou a gravar um vídeo no aeroporto de Natal, onde uma funcionária da companhia aérea se nega a cumprir a decisão. Por conta da indefinição, a família permanece na capital do Rio Grande do Norte.

Veja o vídeo da funcionária da Latam, se recusando a cumprir a liminar