A proximidade dos jogos da Copa do Mundo em que Cuiabá será uma das cidades-sede está movimentando o comércio. As mudanças e adequações não estão acontecendo somente na estrutura e visual dos estabelecimentos. Os empresários tiveram que se adequar para conseguir atender a demanda de clientes durante os jogos e também tornar as marcas locais conhecidas após o Mundial.
Para as empresas que confeccionam uniformes, as vendas devem aumentar nos próximos dias, uma vez que o varejo costuma entrar no clima e todos se vestem do tradicional verde e amarelo.
É o que espera o empresário Idemar Afonso Vieira, proprietário da I9 Uniformes. “Estamos começando a produzir para vender mais próximo dos jogos. Criamos vários modelos de uniformes com desenhos que simbolizam a Copa do Pantanal. Diferente dos outros anos, agora decidimos apostar no que temos em Cuiabá, já que muitas empresas no mês dos jogos querem personalizar não só o espaço, mas também colocar os funcionários a caráter”.
Alessandro do Nascimento, proprietário da Tubarão Esportes acredita que no próximo mês as vendas estarão a todo vapor, já que faltam poucos dias para o início dos jogos. “Financeiramente o retorno ainda está lento, não dá para comparar com o mesmo período das outras Copas do Mundo. Para este ano temos camisetas e bandeiras com preços a partir de R$ 30,00. Tivemos que adequar os produtos a cultura da cidade”.
Entre os consumidores o espírito esportivo é o que motiva as mudanças. Paulo Sérgio de Assis é proprietário de duas cantinas e já renovou os uniformes dos 18 funcionários que trabalham com ele. “Sempre buscamos inovar principalmente em datas como esta. É um gasto que recuperamos nas vendas”. Em relação aos feriados, ele não demostra preocupação já que o calendário letivo foi adiantado.
Presidente do Sindicato dos Vestuários de Mato Grosso (Sinvest/MT), Sérgio Antunes, diz que a demanda maior é entre as camisetas de torcidas no momento. “O movimento passa a ser maior na semana dos jogos quando os torcedores decidem comprar camisas, bandeiras e outros itens para torcer. É importante que os lojistas tomem cuidado, pois as vendas vão bem quando o time também está indo bem. Portanto, a produção deve ser de acordo com a demanda”.
Para Antunes, a Copa do Mundo deste ano em relação as vendas não está muito diferente de outras edições quando o evento foi realizado em outros países. “Para nós do comércio o que muda é que a decoração das camisetas e também de outros produtos é toda voltada para a cultura regional, como a maioria chama a Copa do Pantanal”.
Em relação ao setor industrial Antunes se mostra preocupado com os dias de jogos que serão considerados feriados. “É ruim tanto para a indústria quanto para o varejo, não há movimento então não compensa abrir a loja para não vender. Teremos 6 dias no mês em que a indústria não vai trabalhar. Por mais que tenhamos aumento nas vendas, o setor industrial será penalizado. Espero que o clima de festa e os feriados não se tornem problemas para os vendedores”.
Ele, que também é empresário do varejo, comenta que em sua loja estão sendo comercializadas cerca de 5 mil camisetas com as cores da bandeira do Brasil. “Nem sempre os clientes compram produtos oficiais, cada um tem sua maneira de torcer. A BLM fez uma série de camisetas inspiradas na seleção brasileira e também nas outras seleções que jogam em Cuiabá”.
Para as lojas de fantasias e adereços o movimento ainda é fraco, mas a ideia é que em junho a procura aumente. “O brasileiro tem costume de deixar tudo para a última hora. Acredito que as vendas irão alavancar na semana do primeiro jogo da seleção brasileira. Entre os consumidores a preocupação maior é com o Brasil, então concentramos nosso estoque em produtos com as cores da bandeira”.