Economia Sexta-Feira, 25 de Outubro de 2024, 00h:20 | Atualizado:

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TERRA INFÉRTIL

Família do agro alega "duas crises" e entra em RJ de R$ 181 milhões em MT

Grupo cita taxas de juros e estiagem

Da Redação

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A família Andriollo, de Água Boa ((730 km a leste de Cuiabá), conseguiu junto ao Judiciário o deferimento da recuperação judicial para negociar as dívidas acumuladas nos últimos 10 anos que chegam a R$ 181,1 milhões. O casal Paula e Vilson Andriollo, junto com o filho Tyrone, é dono do grupo Terra Fértil, que iniciou suas atividades em Mato Gr osso em 2001.

A decisão que autorizou o processo de recuperação judicial é do juiz Renan Leão, da 4ª Vara Cível de Rondonópolis. Para o magistrado, o laudo preliminar mostrou que, apesar da crise, o grupo é "economicamente viável" e que existem "fortes indícios acerca do efetivo comprometimento das requerentes e do interesse das mesmas na preservação da integridade de seus negócios".

Mesmo com o crescimento e ampliação das propriedades, o grupo Terra Fértil passou por sua primeira crise em 2004, com os impactos dos problemas econômicos não só no Brasil, como em outros países naquela época. No entanto, apesar da situação difícil, os produtores rurais conseguiram sair do vermelho e continuar aumentando suas atividades. A segunda crise chegou 10 anos depois, na safra de 2014/2015, quando houve uma seca extrema que levou à paralisação do plantio e aumentou os custos de produção.

Em 2019, para tentar resolver essa situação, foram vendidas fazendas em Ribeirão Cascalheira (900 km a leste), mas o valor não foi suficiente para quitar todas as dívidas. Sem conseguir se recuperar, as empresas sofreram novo impacto em 2022, com o aumento da taxa Selic que fez com que os juros de contratos de empréstimo subissem de 5,5% para 30,1%.

Ainda tentando equilibrar as contas, o grupo sofreu prejuízos com a maior seca da história de Mato Grosso, no segundo semestre de 2023, o que tornou a recuperação judicial a única estratégia para sair da crise. "O grupo Terra Fértil tem uma trajetória de muito sucesso, com um crescente exponencial. Porém, mesmo assim não ficou imune à crise que assola o agronegócio e a cadeia produtiva como um todo. Nesse sentido, a recuperação judicial é o único meio possível para reerguer e manter o funcionamento das empresas", avalia o advogado da família.

Com a nomeação de um administrador judicial, o processo de recuperação judicial começará a ter andamentos, com a produção de relatórios mensais sobre fluxo de caixa, além de comunicação aos credores, com elaboração da lista dos débitos e a mediação dos conflitos relacionados ao processo e os pagamentos. "O desaparecimento de tais empresas acarreta inevitáveis consequências, como o fechamento de postos de trabalho, o desaquecimento da economia, a redução das exportações, a diminuição da concorrência e dos recolhimentos de tributos, além de aumentar a complexidade no controle da inflação e contribuir para o caos social".





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Comentários (5)

  • Carlos Nunes

    Sexta-Feira, 25 de Outubro de 2024, 16h26
  • Pois é, Maneco...tio Lula reclama do Banco Central, mas, em seu primeiro mandato como presidente, entre 2003 a 2006, a Selic registrou alguns dos maiores valores do século, tendo chegado ao recorde de 26,5%. E não era tio Roberto Campos o presidente do Banco Central. Nessa época tio Lula não reclamou. Táva ruim mas táva bom...ou táva bom mas táva ruim? É inegável que tio PAULO GUEDES tá fazendo uma falta danada pro Brasil. A maior lição sobre Economia tá na Bíblia com o José do Egito. Sempre haverá ciclos econômicos...época das vacas gordas (abundância) & época das vacas magras (carência). O mal do Socialismo/COMUNISMO é pegar o que é gerado nas "vacas gordas" e torrar todo dinheiro... quando chega a época das vacas magras, já torraram tudo...aí fica uma miséria danada. Torram quando dá superávit e choram quando dá déficit. Tio GUEDES conseguiu fazer as Empresas Estatais gerarem Lucro...com esse Governo do tio Lula, foi demonstrado na mídia que 2023/2024 as mesmas estatais já deram prejuízos de BILHÕES DE REAIS. E será o cofre do Governo que cobrirá o rombo. Nosso Dinheiro, que poderia ser usado em outras coisas, será usado pra cobrir prejuízos de estatais.
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  • Maneco

    Sexta-Feira, 25 de Outubro de 2024, 13h53
  • Esse "Carlos Nunes" parece um disco furado. Ele se esquece que o mesmo Presidente do BC do Bostonaro que levou a SELIC à 2% numa burrice interminável a pedido de Paulo Jeques, depois teve que subir para os 10,75 de agora. Ningém tem culpa da incapacidade de administração dos "empreendedores". Como a própria empresa disse "crise em 2004 no BR e mundo, depois crise na safra 2014/15 com seca" no fim, a pá de cal foi do Campos Neto de BC do BolsoNazi com seus juros mais altos do mundo!
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  • Carlos Nunes

    Sexta-Feira, 25 de Outubro de 2024, 06h48
  • Pois é, esse Governo do tio Lula & tio Haddad será o campeão das Recuperações judiciais...todo dia uma carrada de empresas entra com pedido de RJ. A Política Econômica do tio Haddad não conseguiu alavancar as empresas? Recuperação judicial significa que um monte de EMPREGOS tão ameaçados...se a empresa falir, milhares de trabalhadores vão pro olho da rua. Como disse a famosa comentarista da Globo: tá ruim, mas tá bom ou foi tá bom, mas tá ruim. Não importa, a ordem dos fatores não altera o produto....mais empresas vão pedir mais Recuperação judicial. Muito mais...
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  • Tonho

    Sexta-Feira, 25 de Outubro de 2024, 06h41
  • Chega a ser cômico a quantidade de RJ deferida por esta Vara. Cadê o MP?
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  • Ambientalista

    Sexta-Feira, 25 de Outubro de 2024, 05h12
  • Destruíram todo o cerrado através do desmatamento. A consequência desta ação perversa é que as chuvas simplesmente sumiram. Os barões do agro que sempre viveram de regalias tributárias e acumularam fortunas estão desesperados. Bem feito para esses magnatas que destroem o meio ambiente.
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