Economia Quinta-Feira, 19 de Setembro de 2024, 23h:52 | Atualizado:

Quinta-Feira, 19 de Setembro de 2024, 23h:52 | Atualizado:

MADEIREIRAS

Justiça condena ex-prefeito e mais 3 a prisão por sonegação em MT

Esquema durou três anos e foi derrubado pelo Gaeco

DIEGO FREDERICI
Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

joaoportela.jpeg

 

O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, João de Almeida Portela, condenou quatro pessoas por um esquema de sonegação de impostos no mercado de madeira que pode ter causado um prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos. Conforme o juiz, foram condenados o empresário Amadeu Quadro Júnior (19 anos e 2 meses); o ex-prefeito de Juara, José Alcir Paulino (16 anos e 10 meses); Israel Tramontini de Melo (15 anos e 10 meses) e Gilberto Firmino dos Santos (12 anos e 10 meses). Todos eles cumpriram a pena em regime inicial fechado.

Segundo informações do processo, diversas empresas fantasmas foram criadas para a sonegação no setor madeireiro da região de Juína (750 Km de Cuiabá) numa fraude que utilizou o método de recolhimento de impostos conhecido como “triangularização”. O Ministério Público do Estado (MPMT), autor da denúncia, se manifestou pela absolvição dos réus ao final da fase de produção de provas.

“Não se logrou êxito em demonstrar que os acusados estavam unidos de maneira estruturada, com a compartimentalização das atividades mediante a divisão de tarefas, para a obtenção de vantagens mediante a prática de infrações penais. Nesse sentido, no entender do Ministério Público, não restou comprovado ao final da instrução criminal o crime de organização criminosa”, diz o parecer do MPMT.

O juiz João de Almeida Portela, entretanto, explicou que sua decisão não precisa seguir o parecer do órgão ministerial. “Quer na prova técnica, quer na prova documental, foi possível ao Juízo identificar a existência de grupo criminoso atuando de maneira concertada e com a divisão de tarefas visando praticar fraudes fiscais e atacar de forma destacada o sistema tributário mediante sonegação de ICMS”, considerou o magistrado.

Portela ainda destacou que o ex-prefeito é apontado como líder do esquema. "É possível assentar que o denunciado José Alcir Paulino encabeçava as práticas criminosas, executando tais comportamentos e até emanando ordens para o seu gerente Gilberto Firmino. Demais disso, era auxiliado pelo sócio fictício Israel Tramontin, sendo que estes participavam atraindo empresas e até constituindo, desconstituindo ou mudando pessoas jurídicas com o uso de laranjas. Para além dos agentes colaboradores que se observa nos autos, colhe-se, ainda, papel destacado nessas tramas de Amadeu que além de constituir empresas falsas em seu nome, seduziu terceiros para os mesmos fins e, também, ao bom êxito das atividades encabeçadas por José Paulino", detalhou citando que o esquema durou três anos.

Segundo a denúncia, ao menos 22 empresas fantasmas foram criadas para despistar os órgãos de controle sobre o recolhimento de impostos na extração de madeira. As fraudes ocorreram entre 2016 e 2020.

Entre as irregularidades apontadas nos autos estão a prestação de “declarações falsas às autoridades fazendárias ao ceder os estabelecimentos de fachada para empresários fazerem a emissão de notas fiscais e conhecimentos eletrônicos de frete sem recolher os tributos devidos”.

Os réus ainda podem recorrer da decisão em liberdade.





Postar um novo comentário





Comentários (1)

  • Nelson

    Sexta-Feira, 20 de Setembro de 2024, 07h28
  • O José Alcir Paulino tinha 2 serrarias uma de cada lado da rua que trabalhavam 24 horas por dia, porém só uma era documentada. Os caminhões bitrem que transportavam as toras pras serrarias vinham com as guias florestais que cobriam só um reboque. Os trabalhadores da serraria que não tinha a documentação também não tinham registro em carteira. Quando a fiscalização chegava na cidade eles fechavam a serraria e dispensavam os trabalhadores sem pagar os dias trabalhados. Posso afirmar tudo isso porque foi um destes trabalhadores que me contou o esquema. Quanto a sonegação fiscal a SEFAZ-MT tem que revisar a situação da tributação para o setor madeireiro pois é comum as empresas terem a madeireira e ao lado ou em outro local montarem um depósito. A madeira não passa fisicamente pelos depósitos porém os impostos são bem mais em conta para as empresas movimentarem sua produção.
    1
    1











Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet