O juiz Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, da Quarta Vara Cível de Rondonópolis, acatou um pedido de recuperação judicial da loja conhecida como Oba Oba Center, de Campo Verde. A empresa possui dívidas que beiram os R$ 2 milhões e na ação, culpam principalmente a pandemia pela crise vivenciada, somada ainda ao aumento do comércio online.
No pedido de recuperação, Italo Celso Marcucci e José Roberto Machado Marcucci, pai e filho respectivamente, apontam que a empresa Marcucci & Cia Ltda, que atua sob o nome fantasia Oba Oba Center, iniciou suas atividades em Campo Verde, no ano de 2009. Os empresários relatam que chegaram a contar com 28 funcionários e 12 estão colaborando atualmente.
Especializada na venda de artigos de vestuário, cama, mesa, banho, calçados e assessórios, a empresa alegou que esteve em constante crescimento até seu ápice de faturamento no ano de 2013. A partir daí, em razão das altas inflacionárias, a forte concorrência tanto no mercado local quanto principalmente com as grandes varejistas de vendas online, seu faturamento passou a diminuir gradualmente.
A empresa apontou que buscando aumentar o faturamento e expandir os negócios, abriu uma filial em Paranatinga em agosto de 2019, que possui 10 funcionários. No pedido de recuperação judicial, a Marcucci aponta que a pandemia impactou significativamente nos negócios e que além da diminuição nas vendas, a inadimplência aumento de forma incisiva.
“A partir de 2020, com a chegada da pandemia e o fechamento de lojas, ocasionados por lockdown, as vendas e consequentemente o faturamento da empresa despencou severamente, tendo os clientes deixado de ir até o estabelecimento físico para realizar compras, os quais priorizaram a aquisição de itens básicos, e deram preferência para as aquisições online. Somado a isso, os níveis de inadimplência cada vez aumentaram mais, fazendo com que a empresa conte atualmente com um considerável valor a receber, tendo de buscar recursos em instituições bancárias, recursos estes que, dadas as suas elevadas taxas de juros, sacrificam mensalmente o fluxo de caixa da empresa”, diz o pedido.
O pedido foi acatado pelo magistrado, que nomeou o advogado Agenor Diego da Cruz Bino, da Bino Sociedade Individual de Advocacia como o administrador judicial. Ele será remunerado em 4% sobre o valor devido aos credores pela empresa.
“Por todo o exposto, emergem fortes indícios acerca do efetivo comprometimento das requerentes e do interesse das mesmas na preservação da integridade de seus negócios, tendo em vista a adequada instrução da petição inicial. Preenchidos, pois, os requisitos legais, estando em termos a documentação exigida nos artigos 48 e 51 da Lei 11.101/2005, defiro o processamento da recuperação judicial de Marcucci & Cia Ltda”, diz a decisão
Jonas
Segunda-Feira, 18 de Julho de 2022, 12h21