A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apurou que o empresário Eike Batista e administradores da antiga OGX (OGXP3), atual Óleo e Gás, sabiam da inviabilidade de campos da petróleo da companhia dez meses antes do mercado ser informado a respeito, publicou o jornal "Valor Econômico" nesta sexta-feira (11).
Citando informações do processo a qual teve acesso, o jornal disse que a CVM concluiu que o empresário vendeu ações da companhia nesse meio tempo, contrariando lei que proíbe a utilização de informações privilegiadas.
Ao órgão, Eike alegou que as operações teriam sido feitas para saldar dívidas, disse o "Valor". A CVM alega no processo que o empresário poderia ter se desfeito de outros ativos que não os papéis, acrescentou o jornal.
Procurada pelo UOL, a CVM explicou que o "Valor" pediu vistas do processo, procedimento que qualquer cidadão pode solicitar.
O órgão esclareceu que um processo administrativo sancionador, como é o caso deste de Eike, pode ser encerrado com a assinatura de um termo de compromisso, no qual o acusado se compromete a pagar um valor indenizatório, ou ser levado a julgamento no colegiado da CVM.
Nesta semana, a CVM decidiu prorrogar o prazo de defesa do empresário neste processo para até 14 de maio.
A petroleira, que foi a principal empresa do grupo EBX do empresário, entrou com pedido de recuperação judicial em outubro do ano passado, na sequência de uma aguda crise iniciada com a declaração da inviabilidade econômica dos campos de Tubarão Azul, Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, em julho.