A vice-presidente e desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Marilsen Andrade Addario, determinou que um recurso (agravo de instrumento) interposto na ação de recuperação judicial do Grupo Tauá – que possui dívidas que ultrapassam R$ 1 bilhão -, retorne para a 1ª Câmara de Direito Privado. A determinação é do último dia 22 de outubro.
A vice-presidente determinou o envio do recurso para julgamento na 1ª Câmara de Direito Privado com o objetivo de “acelerar” o trâmite da recuperação judicial. “Tendo em vista que o procedimento recuperatório de origem ultrapassa R$ 1.000.000,00, havendo centenas de trabalhadores e fornecedores sem qualquer previsão de recebimento de seus créditos, bem como a inexistência de efeito suspensivo ao recurso especial inadmitido, defiro o pedido, a fim os presentes autos eletrônicos sejam devolvidos à Câmara de origem para o julgamento definitivo do Agravo de Instrumento”, diz trecho da determinação.
O referido recurso, interposto pela Tauá Agropecuária – empresa inativa que faz parte do Grupo, cuja organização principal é a Tauá Biodiesel -, questiona uma decisão que negou a entrada da empresa no processo de recuperação judicial justamente por ela não se encontrar operacional.
Segundo informações do processo, o Grupo é especializado na “fabricação e comércio atacadista de biodiesel, armazéns gerais, compra e venda de leguminosas oleaginosas in natura, comércio atacadista de defensivos agrícolas, adubos, fertilizantes e corretivos do solo, exportação e comércio atacadista de farelo de cereais e leguminosas beneficiados, produção agrícola pecuária, extração de madeiras, comércio atacadistas de animais vivos, pulverização e controle de pragas”, além de outras atividades.
Ela conta que começou a atuar no mercado em 2006 e possui 11 filiais em diversos municípios de Mato Grosso – como Paranatinga, Gaúcha do Norte, Água Boa, e Diamantino -, e até mesmo no município de Santa Bárbara D’Oeste (SP). O Grupo Tauá também relata possuir 368 funcionários diretos.
O Grupo reclama que entre os motivos para entrar em crise está um alto investimento em terras de pastagem que ocasionaram uma produtividade menor do que a esperada.
Além disso, segundo o processo, a organização também relata que a seca que atingiu o Estado em 2016 também resultou em prejuízos para o negócio.