Mário Gobbi, presidente do Corinthians, adotou o discurso de seu antecessor no cargo, Andrés Sanchez, ao falar sobre o atual impasse do Itaquerão. Questionado sobre o custo das estruturas temporárias para a Copa do Mundo, o cartola eximiu o clube de responsabilidade sobre o investimento de cerca de R$ 60 milhões.

"Ontem [quarta] tivemos uma reunião de diretoria. O Andrés foi lá, fez a explanação de como estão as coisas, do que será. Ficamos animados com o que vimos. Com relação aos R$ 60 milhões, foi a resposta dele e é a minha. Fique tranquilo que alguém vai pagar essa conta. Vai sair, a Copa vai ser feita lá e o estádio vai ficar com o Corinthians", disse Gobbi, em entrevista coletiva concedida no CT Joaquim Grava.

O impasse se arrasta há meses, mas ganhou contornos de crise nas últimas duas semanas, dada a proximidade da abertura da Copa do Mundo. Nesta quinta, em um pronunciamento no Rio de Janeiro, Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa, adiou a definição do problema para esta sexta.

"É algo que, para o Corinthians, não traz nenhum benefício. Não é o Corinthians que se beneficiará da benfeitoria. Cada um deve olhar para o seu umbigo e saber os deveres que têm para o país e o compromisso da abertura da Copa do Mundo", disse Gobbi.

O tom de cobrança se dirige ao poder público. Hoje, as esferas municipal, estadual e federal debatem, com a Fifa e o Corinthians, sobre quem pagará as instalações. Além deles, a Odebrecht, construtora do estádio, e algum parceiro comercial da Fifa também poderiam ser incluídos no negócio.