“Apesar de todas as dificuldades encontradas numa construção complexa como a da Arena Pantanal, o resultado nos enche de orgulho. A Arena Pantanal é certamente um dos melhores estádios do mundo atualmente”, afirmou o arquiteto Sérgio Coelho, que é sócio-fundador da GCP Arquitetos, empresa responsável pelo projeto do estádio. 

Ao conferir de perto os detalhes finais na construção do empreendimento, Coelho comentou sobre o tripé que foi o fundamento do projeto: sustentabilidade, requalificação urbana e legado. “Desde o primeiro traço desse projeto tivemos a intenção de que Cuiabá tivesse não apenas um estádio multifuncional e de acordo com as mais restritas exigências da FIFA, mas um empreendimento que além de ser um marco arquitetônico para a capital, se tornasse num equipamento realmente utilizado pela comunidade cuiabana”, explicou. 

Desse modo, o estádio pode ser visto com um parque público de 300 mil metros quadrados, revitalizando a região do Verdão, com seu bosque, lago, restaurante, choperias, escalinata, sanitários, passarela e design arrojado, por exemplo, tornando-se um novo e importante ponto turístico da capital mato-grossense. 

O Poder Legislativo estadual reconheceu esse marco na construção civil por meio da Lei nº 10.055, de 20 de janeiro de 2014, que declara a Arena Pantanal como monumento arquitetônico e urbanístico do estado de Mato Grosso. O estádio tem capacidade para 42 mil torcedores durante a Copa do Mundo e, para o modo legado, serão 44 mil lugares, com possibilidade de redução para 30 mil com a retirada das arquibancadas superiores dos setores Norte e Sul. 

Uma das características da obra que chama a atenção é a ventilação cruzada, que ameniza o calor para o público das arquibancadas e setores externos dos camarotes e lounges. O conforto térmico é resultado do que foi pensado já na fase de projeto, com a abertura das esquinas do estádio e a fachada lateral que permite a passagem do vento. 

E, do lado interno do estádio, os torcedores e jogadores também poderão conferir um design único, que diferencia a Arena Pantanal de qualquer outro estádio do mundo: quatro jardins com árvores que ficam nas quatro aberturas laterais. “Ainda há o aspecto de um jogo interessante entre o que é construído e natural. O gramado visualmente continua pelos quatro cantos, subindo pelos taludes que estão na base dos grandes pórticos que sustentam as coberturas. De outro lado, quem estiver fora terá uma visão parcial do interior da Arena, como convidando as pessoas a entrar”, disse o arquiteto. 

RECONHECIMENTO 

O projeto da Arena Pantanal já recebeu vários prêmios, inclusive um internacional e foi elogiado por instituições ligadas à arquitetura nacional. Em novembro de 2010, a GCP Arquitetos recebeu em Londres (Inglaterra) a medalha de Ouro na categoria Empreendimentos Públicos conferida pelo The Americas Property Awards 2010, prêmio oferecido pela rede de Bloomberg Television e o Google. 

Embora já atuasse no ramo de arquitetura esportiva, Sérgio Coelho avalia que o projeto para a Copa do Mundo colocou a GCP em outro patamar dentro do universo da arquitetura. No momento, o escritório desenvolve projetos de clubes para os condomínios Alphaville e um grande Centro de Formação Olímpica do Nordeste (Cfone), em Fortaleza, que estão em fase de construção. 

“Além desses, existe o projeto de modernização do Estádio do Pacaembu, que desenvolvemos alguns anos atrás e que espera definição por parte da Prefeitura de São Paulo acerca do modelo de gestão a ser adotado. Tenho também um sonho: quem sabe projetar o novo estádio do meu time, o glorioso Santos Futebol Clube”, disse o projetista.