Mato Grosso será representado no campeonato AJP Tour Rio de Janeiro Internacional PRO, que acontece em julho, na modalidade de ParaJiu-Jitsu por Juninho Cabral. Ele é formado em Educação Física pela Unic- Ary Coelho de Rondonópolis e mora na cidade de Itiquira (MT). Por ter nascido sem os braços e pernas, teve que começar a mostrar que iria contrariar as estatísticas desde que veio ao mundo, e hoje acumula medalhas esportivas.
Juninho faz parte da Seleção Brasileira de Parajiu Jitsu e representou o Brasil no Uruguai, quando se consagrou campeão Pan-Americano. O atleta também é Vice-Campeão do Grand Slan do Rio de Janeiro, campeonato esse que dá a vaga para o mundial em Abu Dhabi que que acontece em 2021, ainda sem data definida por causa da pandemia da Covid-19. "Não existe limite, o caminho é sempre persistir, acreditar e nunca desistir, assim a gente chega lá".
Ingressou no curso de Educação Física da Universidade de Cuiabá, em Rondonópolis e se formou em 2014. Como mora na cidade de Itiquira (150 km de distância do câmpus), Juninho ia e voltava de ônibus todos os dias. Durante a graduação teve várias oportunidades no ramo esportivo, foi auxiliar técnico do time de futsal feminino de Rondonópolis, podendo participar do campeonato brasileiro feminino, juntamente com o time da universidade.
Conta que o desejo de fazer o curso começou na infância, quando entrou na escola pública aos seis anos. "Nada era diferente, mas não me deixavam jogar futebol com as outras crianças. Foi aí que surgiu o desejo de cursar Educação Física quando crescesse. Queria poder praticar os esportes que todos julgavam ser impossíveis para alguém na minha condição, mas o que precisavam entender é que eu me adapto e consigo", conta.
A família do atleta não esperava ter um bebê sem braços e pernas. Alguns parentes duvidaram que ele sobrevivera, mas sua tia e avó paternas o esconderam. Depois de uma semana Juninho foi apresentado aos pais que o aceitaram e começaram a entender como seria criar uma criança com limitações. Até então, a família não imaginava que "limite" não faria parte do dicionário de Juninho.
Em 2015 foi voluntário como treinador do time feminino da cidade e em 2017 teve a oportunidade de conhecer o seu ídolo Falcão pessoalmente. Dois anos depois, Juninho teve seu primeiro contato com o Jiu-Jitso e se apaixonou pelo esporte. "Treino duro desde então para levar cada vez mais medalhas e orgulho ao meu estado", finaliza.