Esporte Sábado, 17 de Maio de 2014, 11h:19 | Atualizado:

Sábado, 17 de Maio de 2014, 11h:19 | Atualizado:

ISTO É

Fifa passa controlar vida dos cuiabanos

 

Isto É

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

ARENA-CADEIRANTE

 

Todas as terças e quintas, a dona de casa Ellen Carla Teixeira, 34 anos, tem um compromisso inadiável: levar o filho David, que tem 5 anos e é cadeirante, à fisioterapia. Mas a família mora em frente à Arena Pantanal, em Cuiabá, uma das 12 sedes da Copa do Mundo no Brasil, e, por causa das restrições impostas pela organização dos jogos, ela não sabe nem se vai conseguir sair de casa na terça-feira 17 de junho, data do jogo entre Rússia e Coreia do Sul. “Fizemos um cadastro, mas está tudo muito confuso. Vão fechar a região quatro horas antes do jogo e não sei como ficará”, diz. Ela faz parte de um contingente grande de pessoas que estão pagando um preço alto por morarem perto dos estádios da Copa.

Para proteger as marcas da Fifa e de seus patrocinadores e facilitar a mobilidade de atletas, autoridades e pessoas que vão trabalhar nos jogos, foram criadas zonas de exclusão. As prefeituras das sedes estabeleceram medidas restritivas a quem dá expediente e a moradores que vivem na área dos estádios perto do horário dos jogos. Em Curitiba e Manaus, por exemplo, em dia de jogo, quem não estiver credenciado ou não tiver ingresso não vai poder nem circular a pé num raio de um quilômetro do estádio, mesmo se morar na área. Até bebê de colo terá crachá.

A Lei Geral da Copa garante à Fifa e às pessoas por ela indicadas exclusividade para divulgar ou vender produtos e serviços em um raio de até dois quilômetros dos locais oficiais das competições (leia quadro). A medida visa a evitar o chamado “marketing de emboscada” – ações piratas de marcas que não patrocinam o evento. “Vamos fiscalizar para não atrapalhar a mobilidade, o direito dos torcedores e dos patrocinadores oficiais”, diz Leandro Matieli, secretário de Ordem Pública da prefeitura do Rio de Janeiro. No Rio, aliás, há uma particularidade: os bares que ficam ao redor do estádio não poderão vender bebidas alcoólicas duas horas antes do início do jogo e até uma hora depois. A proibição foi determinada por lei em 2009 como estratégia do prefeito Eduardo Paes (PMDB) para reduzir a violência na região. “A gente aceitava essa lei porque dentro do Maracanã era proibido vender bebida também. Mas agora está injusto, porque liberaram a venda no interior do estádio. Então, por que proibir fora?”, questiona Darcílio Junqueira, diretor do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio.

“Isso é covardia com o comerciante”, reclama o paraibano João Sales, 53 anos, dono há 29 anos do Bar e Lanchonete dos Esportes, que fica em frente ao portão 9 do Maracanã. “Deixo de vender mais de 300 latões de cerveja”, contabiliza. Em Porto Alegre, onde estão previstos cinco jogos entre 15 e 30 de junho, uma faixa da Avenida Padre Cacique, em frente à Arena do Beira-Rio, ficará bloqueada durante os 30 dias do evento e algumas barreiras serão montadas a mais de três quilômetros do estádio em dias de jogo. Cerca de três mil gaúchos que vivem no entorno terão sua rotina alterada. Em Recife, onde a vizinhança da Arena Pernambuco é a mais populosa entre todas as sedes, cerca de 30 mil pessoas terão de se adaptar ao esquema de restrição. Livre circulação nas imediações do estádio somente a pé. Na zona de exclusão, apenas veículos oficiais de segurança e saúde poderão furar o bloqueio da Fifa. Amigos e familiares que desejem visitar os moradores da região no período também vão precisar realizar o cadastramento.





Postar um novo comentário





Comentários (1)

  • salvadorjr

    Sábado, 17 de Maio de 2014, 20h32
  • O que a Fifa e secopa fizeram aqui foi criar um grande Gueto durante o periodo dos jogos. Como fizeram os alemaes em Varsovia durante a II guerra, delimitaram as ruas, horario e quantidade de carros que podem entrar ou sair dos bairros no entorno onde residem seus proprietarios. todos com adesivos assim como os alemaes fizeram ao usar a estrela que indicava os judeus. comparo os amarelinhos aos soldados da Gestapo, tal a arrogancia com a qual envergam aquele ridiculo uniforme amarelo se achando os donos da razao e do saber.
    0
    0











Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet