Quinta-Feira, 10 de Abril de 2014, 09h00
Mulheres protestam contra ‘Violência Obstétrica’, em Cuiabá

Folha do Estado

Cerca de 70 mulheres vão se reunir na Praça Alencastro, em Cuiabá para manifestação nacional contra da violência obstétrica. O ato que está marcado para começar às 16 horas, repercute o caso da de Adelir Carmem Lemos de Góes, que foi retirada de casa sob custódia policial para realização de uma cesárea, no Rio Grande do Sul. Outras 29 cidades do país também aderiram à manifestação contra os abusos obstétricos.

Segundo a parteira Urbana Laura Padilha, o caso de Adelir abre precedentes para novas intervenções médicas de forma abusiva. “Nós estamos protestando por conta desse absurdo que aconteceu. Mas também queremos que o direito da mulher de ter filhos em casa, com os pais seja respeitado”, explicou. Segundo ela intervenções cirúrgicas, sem o consentimento da mãe é comum em partos e hospitais. “queremos impedir essa pratica médica o quanto antes”,finalizou.

O grupo formado por mães, profissionais de saúde como enfermeiras, parteiras e médicos pedem mais respeito à decisão das mães. Além de cobrar o cumprimento da lei federal 11.108/2005, que garante um acompanhante na hora do parto. Legislação, que segundo Laura, não tem sido respeitada na capital.

As mulheres de Cuiabá estão se organizando por meio da rede social. (Veja o link clicando aqui).

O CASO

Em 01 de Abril de 2014, no meio da madrugada, uma mulher em trabalho de parto foi retirada de sua casa à força – mediante uma ordem judicial, policiais armados e ameaças de prisão ao seu marido, na frente de seus filhos mais velhos – e levada sob custódia para um hospital público designado por uma juíza para sofrer uma cesárea sem seu consentimento.

Durante o transporte, ela pediu para ser levada a outro hospital, que considerava uma melhor opção para si, e isso foi negado. A mulher foi levada à cirurgia sozinha, tendo sido negada a presença de um acompanhante.

A decisão judicial (provocada a requerimento do Ministério Público) foi fundamentada na opinião de apenas uma médica, sem que a mulher tenha sequer sido ouvida, sem que tenham sido apresentadas provas ou pedida uma segunda opinião, sob a alegação de “proteger a vida do nascituro”, ainda que isso ferisse direitos fundamentais da mulher.


Fonte: FOLHAMAX
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