Sexta-Feira, 25 de Abril de 2014, 20h15
Quem me associa a doleiro Alberto Youssef mente, diz Padilha

UOL

O ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo Alexandre Padilha afirmou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25) na capital paulista, que aquele que o associa com o doleiro Alberto Yousseff \"mente\". \"Mente quem estabelece qualquer envolvimento meu com o doleiro\", disse o ex-ministro. 

O petista negou que tenha indicado Marcus Cezar Ferreira de Moura, que foi nomeado por ele para ser coordenador de promoção e eventos do Ministério da Saúde, para atuar como empresário da Labogen, laboratório farmacêutico de Yousseff. \"Mente quem diz que eu indiquei Marcos Cezar Moura para qualquer laboratório privado. Mente quem diz que existe ou existira qualquer contrato com a Labogen na minha gestão.\"

O nome de Padilha aparece em conversas entre o deputado federal André Vargas (PT-PR) e o doleiro Alberto Yousseff que constam de relatório da Operação Lava Jato da Polícia Federal.

As conversas entre o parlamentar e o doleiro foram feitas por mensagens enviadas por celulares BlackBerry no final de 2013. Segundo a PF, ambos buscavam a indicação de um nome que não gerasse suspeitas das autoridades fiscalizadores para comandar o Labogen.

Nos diálogos, Vargas passa um número de celular ao doleiro e afirma que \"Padilha que indicou\". Segundo a PF, o número citado na conversa é de Marcus Cezar Ferreira de Moura, que em 2011 foi nomeado por Padilha para coordenar o setor de promoções e eventos do Ministério da Saúde.

Na época da conversa, o Labogen negociava uma parceria com o ministério para produzir um remédio para hipertensão. O projeto, segundo a PF, renderia até R$ 31 milhões em cinco anos. A parceria foi aprovada em dezembro e cancelada em março deste ano antes da assinatura do contrato, após vir à tona a relação do doleiro com o deputado. Quando o rompimento ocorreu, Padilha já havia se afastado da pasta para se dedicar à campanha.

Na entrevista coletiva, o ex-ministro afirmou que pedirá para ter acesso aos relatórios da Operação Lava Jato e que irá acionar judicialmente quem citou o nome dele \"em vão\".

\"Diante das notícias que foram veiculadas hoje, e ontem pela noite, envolvendo de forma incorreta o meu nome, tomei duas decisões: constituir, formalmente, uma solicitação judicial à PF para que eu tenha acesso a todos os detalhes de um relatório que, segundo as notícias de hoje, buscam fazer qualquer envolvimento a meu nome a partir de mensagens trocadas por terceiros que não tem nenhuma relação com o Ministério da Saúde\", afirmou.

\"Vou orientar meus advogados, a partir do momento que tiverem acesso a todo relatório, a interpelar judicialmente qualquer pessoa que tenha utilizado meu nome em vão\", declarou Padilha.

O deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) também citado em contato com André Vargas sobre uma reunião com o doleiro Yousseff enviou nota à imprensa negando qualquer envolvimento. \"Não há nenhum fato que me desabone e meu nome foi usado indevidamente por terceiros. Repudio veementemente ilações e acusações a partir de interpretações de informações parciais vazadas com intuito eleitoral\", afirma o comunicado.

Desdobramentos

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa tornou-se réu nesta sexta numa ação penal sob acusação de ter desviado recursos públicos da refinaria Abreu e Lima, que está sendo construída em Pernambuco pela Petrobras. Costa também vai responder pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A Justiça Federal abriu mais duas ações criminais decorrentes das apurações da Operação Lava Jato da Polícia Federal, uma delas contra o doleiro Alberto Youssef. No outro novo processo penal, o juiz federal Sérgio Moro fixou uma fiança no valor de R$ 7 milhões para a libertação de um dos réus. Youssef, que foi interceptado em conversas com o deputado André Vargas, passou à condição de réu pela segunda vez com outros cinco acusados.

O doleiro foi denunciado sob a acusação de ter praticado os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.


Fonte: FOLHAMAX
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