Dois dias após o prazo, o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), anunciou nesta quinta-feira (22) os nomes para preencher as vagas do partido na CPI mista da Petrobras, integrada por deputados e senadores, que só deve ser instalada de fato no dia 28.
A demora do partido para indicar seus membros faz parte de uma estratégia para adiar o início dos trabalhos da comissão, que o Planalto tenta evitar a todo custo. A comissão foi articulada pela oposição para investigar suspeitas de irregularidades envolvendo a estatal e, assim, fragilizar a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição em outubro.
Como se apresentasse a escalação de um time de futebol, Vicentinho disse que, na "defesa", ficará o "goleiro" Marco Maia (PT-RS) e, no "ataque", Sibá Machado (PT-AC). O partido quer ainda que Maia seja o relator da comissão.
No "banco de reserva", ficam Iriny Lopes (PT-ES) e Afonso Florence (PT-BA), que serão os suplentes.
"Nosso cuidado em apresentar os nomes é que nós queremos os melhores para esse tipo de ação", afirmou Vicentinho ao justificar a demora para fazer as indicações. "Vamos jogar bem", acrescentou.
Para defender os interesses do Planalto, o partido contará ainda com o apoio de outros parlamentares, incluindo o próprio Vicentinho, Arlindo Chinaglia (PT-SP), recém-eleito vice-presidente da Câmara, e Henrique Fontana (PT-RS), que darão suporte nas discussões dentro da comissão.
O prazo para indicar os nomes terminou na terça-feira (20) e, agora, caberia ao presidente do Congresso e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) fazer as indicações.
Uma CPI da Petrobras exclusiva do Senado já está em funcionamento com maioria de senadores da base governista. No entanto, a oposição tem boicotado as audiências em protesto por considerá-la chapa branca.