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PARCERIA

Azul e dona da Gol selam fusão para criar gigante na aviação

 

FOLHA DE S. PAULO

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A Azul e a Abra, dona da Gol, assinaram nesta quarta (15) o memorando de entendimento que, se cumprido, levará à fusão das companhias aéreas após a aprovação pelo Cade e pela Anac. A expectativa é que esse processo junto aos órgãos reguladores leve um ano, o que permitirá o início da operação conjunta em 2026. Apesar de existir pouca sobreposição de destinos, a combinação das duas aéreas cria um competidor com mais de 60% de participação em passageiros.

Em entrevista ao Painel S.A., o CEO da Azul John Rodgerson, disse que conversou com o presidente Lula sobre a operação há cerca de oito meses. Lula defendeu uma empresa nacional robusta.

Para o CEO da Azul, John Rodgerson, que presidirá o novo grupo, esse índice de concentração é elevado, mas não é um impeditivo porque, segundo ele, a Latam exibe indicadores similares no Chile e em alguns destinos no Brasil.

O negócio, no entanto, depende do cumprimento de diversas condicionantes. A principal é a conclusão do processo de recuperação judicial da Gol nos EUA, o chamado Chapter 11. A renegociação com os credores é fundamental para a redução do nível de endividamento da companhia.

Pelos termos do memorando, obtido pelo Painel S.A., a alavancagem das duas empresas juntas não poderá ser maior do que a da Gol após a renegociação com os credores. Estima-se que ela seja de quatro vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, tributos, depreciação e amortizações). Caso não seja atingida, a fusão não será concretizada.

Em nota, Manuel Irarrázaval, Chief Financial Officer (CFO) da Abra, informou que a empresa continua apoiando a Gol para uma reestruturação bem-sucedida e que plano de combinação dos dois negócios aponta para um caminho de crescimento e fortalecimento.

"Estamos entusiasmados com suas perspectivas de emergir como uma entidade autônoma bem capitalizada", disse.
 
Meio a meio
 
A ideia é que as duas empresas tenham a mesma participação, mas, diante das dificuldades financeiras da Gol, ficou estabelecido que ela terá, no mínimo, 10% das ações da nova empresa. Essa participação dependerá do capital resultante após a recuperação nos EUA.

Mesmo assim, o modelo de governança foi definido para que o comando seja compartilhado.

Isso significa que o CEO será definido pela Azul —e ele será John Rodgerson— e o presidente do conselho de administração será indicado pela Abra, a holding de investidores que controla a Gol e a Avianca. 

O conselho terá nove integrantes: três indicados pela Azul; três pela Gol; e outros três independentes indicados pelos demais acionistas e chancelados pelos controladores. 

Não há dinheiro novo a ser investido. A fusão só envolve ativos disponíveis.

Marcas separadas

Apesar da fusão, as marcas Azul e Gol continuam existindo separadamente. Contudo, o avião de uma empresa poderá efetuar um voo de outra.

A conectividade também aumentará com trechos operados a partir de grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, para destinos afastados no Norte, Centro-Oeste ou Nordeste por meio de uma única conexão e jatos menores da Embraer.

A previsão é que a Azul continue adquirindo aeronaves da fabricante brasileira. Haverá também sinergia em voos internacionais.





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