Bolsonaro acredita que será preso no dia 20 de agosto

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de operação da Polícia Federal e de medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 18, afirmou que está com com o 'sentimento' de que será preso em agosto: "Mais ou menos em 20 de agosto, que é quando o julgamento vai acontecer", disse em entrevista à agência de notícias Reuters. 

Na sede do PL, em Brasília, Bolsonaro afirmou que é alvo de perseguição política por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF, a quem chamou de 'ditador'. O ex-presidente, então, afirmou 'não ter dúvidas' de que será condenado e preso no processo sobre tentativa de golpe de Estado.

A entrevista se deu após Bolsonaro colocar a tornozeleira eletrônica. Moraes também proibiu o ex-presidente de: usar redes sociais; ter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras; contato com o filho e deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP); se aproximar de sedes de embaixadas e consulados; cumprir toque de recolher. 

Segundo Bolsonaro, a prisão deverá acontecer ainda em agosto: "Não há a menor dúvida que vão me condenar. O sentimento é que vai acontecer [ser preso]. Mais ou menos em 20 de agosto, que é quando o julgamento vai acontecer". 

O ex-presidente afirma, ainda, que a intenção de uma possível condenação seria a de tirá-lo do jogo político, além de que sua ausência no pleito abre espaço para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): "O Lula, sem eu, ganha a eleição de qualquer um". 

A fala se dá em um contexto em que Bolsonaro já está inelegível até 2030, sob duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, por sua vez, não dependem do processo que tramita no STF.  Ainda assim, o ex-presidente insistiu, durante a entrevista, que tentará se candidatar à Presidência da República nas eleições de 2026.

O que diz a defesa do ex-presidente

Por meio de nota enviada ao Terra, a defesa do ex-presidente afirmou que "recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial."

O PL também destacou que repudia a operação e que recebeu a notícia com estranheza. Segundo a legenda, a ordem do STF seria "desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa" por parte de Bolsonaro. O comunicado é assinado pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.