Bolsonaro se esquiva de elo com Zambelli: "Não tenho nada a ver"

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, nesta quinta-feira (5/6), que não tem qualquer vínculo com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), alvo de investigações da Polícia Federal por supostos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação penal. A declaração foi dada à imprensa após ele prestar dois depoimentos na sede da PF, em Brasília.

“Não tenho nada a ver com a Carla Zambelli. Não botei dinheiro no Pix dela”, afirmou Bolsonaro a jornalistas após a oitiva. Ele também disse estar acompanhando o caso pela imprensa e afirmou desconhecer os autos do processo: “A gente não conhece os autos”.

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A convocação de Bolsonaro foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de dois inquéritos.

Um deles apura a possível atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, para influenciar o governo norte-americano a adotar medidas contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF. A suspeita é que Eduardo tenha buscado apoio de aliados do ex-presidente Donald Trump para pressionar o Judiciário brasileiro. 

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), essa conduta pode caracterizar crimes, como coação no curso do processo, obstrução de investigações sobre organização criminosa e até tentativa de abolição violenta do Estado de Direito. A PGR aponta ainda que essas ações teriam como objetivo interferir em investigações envolvendo Jair Bolsonaro. 

Carla Zambelli na lista da Interpol

A pedido da Polícia Federal (PF), o nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. Com isso, a parlamentar pode ser localizada e presa em outros países, caso seja identificada pelas autoridades locais.

O pedido foi feito após o ministro Alexandre de Moraes decretar a prisão preventiva de Zambelli nesta quarta-feira (4/6). A decisão ocorreu depois de a parlamentar deixar o país, dias após ser condenada a 10 anos de prisão por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos.