Dois dias após o anúncio do presidente americano Donald Trump sobre a taxação de 50% aos produtos brasileiros, usuários brasileiros do Instagram resolveram expressar indignação em comentários clamando pela soberania nacional.
Depois que Trump restringiu os comentários em suas publicações na última quinta-feira (10), os usuários migraram a revolta para perfis de personalidades ligadas ao presidente americano: a primeira-dama Melania Trump e o vice-presidente J.D. Vance.
Nem mesmo o perfil da Casa Branca se livrou da ira digital dos brasileiros. No fim do dia, o perfil de Trump já permitia comentários novamente, mas os brasileiros seguiram comentando em posts de pessoas ligadas ao presidente.
Frases como "Brasil soberano", "o Brasil é dos brasileiros" e "deixe o Brasil em paz" aparecem com muita frequência entre os comentários das publicações.
Outra frase muito presente é "o Brasil não é seu quintal". Em abril, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, se referiu à América Latina como "quintal" de Washington em entrevista à Fox News.
Na página de Melania, muitos brasileiros pediram que ela "controlasse" o marido. Outros fizeram piadas com a cor da pele do rosto do presidente americano.
"Diz pro teu marido Senhor Laranja pra deixar nosso país em paz, somos SOBERANOS e não quintal de NINGUÉM...não vamos deitar nunca", diz um comentário.
Entenda o caso:
Nesta quarta, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para notificar a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
No documento, ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro e disse ser "uma vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em resposta, o presidente Lula afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
Entidades da indústria e da agropecuária brasileira também manifestaram preocupação com o anúncio e disseram que as taxas ameaçam empregos. A Confederação Nacional da Indústria, por exemplo, afirmou que não há qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho.
Antonio
Sábado, 12 de Julho de 2025, 19h49