Uma cápsula de suicídio assistido poderá ser usada pela primeira vez no final deste ano na Suíça, anunciou a organização The Last Resort (O Ultimo Recurso), nesta quarta-feira. O suicídio assistido é legal sob condições específicas, mas o país tem sido abalado pela controvérsia sobre uma invenção que permite que as pessoas acabem com suas próprias vidas.
O dispositivo de aparência futurista, chamado Sarco, foi projetado para permitir que as pessoas acabem com suas próprias vidas ao pressionar um botão que libera nitrogênio dentro da cápsula. Segundo Florian Willet, o Sarco oferecerá “um espaço seguro para morrer pacificamente” e acrescentando que espera usá-lo no final de sua vida.
— Não consigo imaginar uma maneira mais bonita de respirar ar sem oxigênio até cair em um sono eterno — disse o diretor da organização, Florian Willet, à AFP.
Segundo a legislação, uma pessoa que deseja morrer deve primeiro passar por uma avaliação psiquiátrica. Uma vez aprovado o pedido, a pessoa entra na cápsula, fecha a tampa e, após responder a uma série de perguntas, pressiona o botão que acionará sua morte, explicou Philip Nitschke, ativista australiano da eutanásia, à AFP.
A hora, a data ou o local do primeiro suicídio ainda não foram decididos, nem quem será o primeiro usuário. Quando questionada se isso poderia acontecer ainda este ano, a advogada Fiona Stewart, que faz parte do conselho consultivo do The Last Resort, disse que sim. Segundo ela, o único custo para o usuário seria de 18 francos suíços (R$ 111,09) para o nitrogênio.
Mas o uso potencial da cápsula levantou uma série de questões legais e éticas na Suíça, reacendendo o debate sobre a morte assistida.
A cápsula também repercutiu na rede social X, onde um usuário fez uma analogia com a Sarco e a cabine do suicídio que aparece em 1999 na sitcom Futurama, desenho animado de ficção científica dos mesmos criadores de Os Simpsons — série famosa por estar sempre a frente do seu tempo, prevendo acontecimentos do mundo real.