O Corinthians foi condenado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), nesta quinta-feira (28/11), a pagar uma multa de R$ 60 mil por conta da cabeça de porco arremessada no gramado da Neo Química Arena, durante o clássico contra o Palmeiras. O departamento jurídico do Timão já anunciou que irá recorrer da decisão.
A 4ª Comissão Disciplinar do tribunal desportivo decidiu pela multa e o Corinthians acabou se livrando da perda de mando de campo. O torcedor que arremessou a cabeça de porco foi identificado e isso amenizou o julgamento para o Timão.
O Corinthians também foi condenado a pagar R$ 35 mil pela exibição de uma faixa em protesto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), com a seguinte frase: “CBF = Corrupção Brasileira de Futebol”. Além disso, o clube deverá pagar R$ 4 mil por atraso – assim como o Palmeiras -, e outros R$ 2 mil por outros objetos arremessados em campo.
Segundo a súmula feita pelo árbitro da partida, Wilton Pereira de Sampaio, torcedores do Corinthians atiraram copos de cerveja com líquido em direção aos jogadores do Palmeiras e uma pequena bola de plástico no treinador Abel Ferreira. Ninguém foi atingido.
Cabeça de porco em campo
A cabeça do animal foi jogada em campo aos 28 minutos do primeiro tempo do dérbi paulista, disputado no dia 4 de novembro. O atacante Yuri Alberto, do Corinthians, chegou a chutar o “objeto” para fora do gramado: “Eu quase quebrei o pé, pensei que era uma almofada e fui tirar com o pé para ir longe”, disse o atleta.
O delegado César Saad, da Delegacia de Repressão aos Delitos do Esporte (Drade), relatou que pessoas que trabalhavam na montagem da festa para recepção do clube, relataram que um homem atirou a cabeça de porco em uma sacola por cima das grades do Setor Sul da Neo Química Arena horas antes do início do clássico.
Dois torcedores foram identificados e detidos pelo ato, sendo que um terceiro usando touca ninja conseguiu escapar, mas acabou sendo identificado posteriormente e também deve ser alvo do processo criminal. Segundo a ESPN, os homens presos tiveram uma proposta de acordo de R$ 4 mil como punição financeira, mas não aceitaram.
Em nota enviada ao portal LeoDias, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que os detidos foram autuados por “provocação de tumulto” e “encaminhados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), onde foi registrado um Termo Circunstanciado (TC)”.
Em contato com a assessoria do Corinthians, foi informado que o clube não vai fazer um comunicado oficial sobre o episódio, mas se prontificou a colaborar com as investigações, disponibilizando as imagens de segurança da Neo Química Arena. Como o responsável pela cabeça de porco é sócio-torcedor, foi aberto um processo disciplinar no Conselho de Ética do Timão.
O influenciador corinthiano, Osni Fernando Luiz, que se identifica nas redes sociais como Rafael Modilhane “Cicatriz”, postou um vídeo em suas redes sociais mostrando os bastidores da compra da parte do animal e sua ida a Neo Química Arena – menos o momento da entrada da infame cabeça no estádio.
“A provocação é sadia, não peguei barra de ferro para agredir ninguém, não dei soco. O futebol raiz tem que viver, nos anos 90, todo mundo ia para o jogo junto, brincava com o outro. Hoje chegou em uma proporção que estão acabando com o futebol”, contou o influenciador, em entrevista ao UOL.