O governo do Rio Grande do Sul declarou estado de emergência em saúde animal nesse sábado (17), após a detecção do vírus da gripe aviária em aves comerciais em uma granja de Montenegro, na quinta-feira (15). A medida tem como objetivo o controle de focos da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), comumente chamada de gripe aviária. O decreto terá vigência por 60 dias em 12 municípios.
De acordo com o governo, o estado de emergência é válido nos municípios de Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Montenegro, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão.
Além da granja de Montenegro, a medida foi ocasionada por conta do encontro do vírus em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul.
Rastreamento e destruição de ovos
Também no sábado, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que os ovos para incubação, fornecidos pela granja com foco da gripe aviária, foram rastreados quanto aos seus destinos. Eles foram localizados em Minas Gerais, Paraná e no próprio Rio Grande do Sul.
Diante disso, o Ministério adotou medidas de saneamento definidas no plano de contingência para influenza aviária e doença de Newcastle, que prevê a destruição desses ovos.
— Ressaltamos que não há comprovação de que tais ovos estejam contaminados com vírus da gripe aviária e que todas as medidas necessárias para proteção da avicultura nacional estão sendo adotadas — disse o Mapa em nota.
Os ovos para incubação não são destinados para consumo humano. Eles são usados como matrizes fertilizadas para gerar novas aves. De acordo com o g1, a granja de Montenegro, onde foi identificado o foco, já iniciou a destruição de ovos.
Nova etapa do vírus
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) acompanha com atenção a confirmação, por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária, do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em Montenegro (RS).
— O caso marca uma nova etapa na presença do vírus que, até então, se limitava a aves silvestres e de criação caseira — avaliou a entidade em nota.
De acordo com o comunicado, desde 2022, mais de 4,7 mil surtos de gripe aviária altamente patogênica foram notificados na região da América Latina e do Caribe, afetando desde aves de criação e aves migratórias a mamíferos marinhos e até mesmo animais de estimação.
— A propagação do vírus segue as rotas naturais das aves migratórias, conectando ecossistemas do Canadá até a Terra do Fogo [arquipélago localizado no extremo sul da América do Sul, dividido entre a Argentina e o Chile].
Para a FAO, além de representar uma ameaça à saúde animal, o vírus gera preocupação crescente em razão do potencial de transmissão de aves vivas para seres humanos e também pelos impactos em sistemas alimentares, na biodiversidade e na saúde pública da região.
Entretanto, a entidade reforça que o consumo de frango e ovos continua sendo seguro, sobretudo quando bem cozidos, e que o risco de infecção humana permanece baixo.
Ainda de acordo com o comunicado, ao longo dos últimos meses, países como Argentina, Colômbia, México, Panamá, Peru e Porto Rico também anunciaram casos de IAAP.
— É fundamental um trabalho coordenado entre todos os países da região para conter a propagação do surto ao longo do continente (…) para proteger a saúde animal, salvaguardar a saúde pública e fortalecer a resiliência dos sistemas agroalimentares — finaliza a nota.
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