O governo federal pretende lançar, na próxima semana, uma portaria com orientações para o retorno das aulas presenciais. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (8/7) pelos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Educação, Milton Ribeiro.
Queiroga afirmou haverá uma portaria interministerial com as orientações. “O que o Ministério da Saúde vai fazer em apoio aos estados e municípios é criar um protocolo conjunto, que será estabelecido por uma portaria interministerial, da qual participarão o Ministério da Saúde, da Educação e a Advocacia-Geral da União”, explicou.
Questionado sobre o risco de contaminação entre professores e alunos, Queiroga disse que o Brasil contará com o apoio de organizações internacionais para coordenar o retorno. Ele também afirmou que 80% dos professores do ensino básico já estão vacinados com ao menos uma dose.
“80% dos professores do ensino básico já receberam ao menos uma dose da vacina. Estamos avançando na campanha de vacinação e até setembro teremos 100% dos professores vacinados com a primeira dose, e essas aulas já retornam em agosto”, afirmou.
Algumas unidades da federação já anunciaram datas para o retorno das aulas presenciais. Nesta semana, o governo de São Paulo anunciou que a retomada nas escolas técnicas e universidades ocorrerá no dia 2 de agosto. Além disso, a partir de agosto, escolas de São Paulo poderão operar com maior capacidade de estudantes. Atualmente, a porcentagem permitida é de 35% dos alunos matriculados por dia.
Queiroga defendeu que não é necessário vacinar todos os profissionais da educação para retomar o ano letivo. “Há um absoluto consenso de que vacinação não é pré-requisito para o retorno das aulas”, defendeu. Ele disse que uma das estratégias adotadas será a testagem de professores.
“Os testes já estão adquiridos desde o ano passado. A estratégia de testagem do MS é baseada em três pilares. A primeira delas é o Prev-Cov. Em relação a testes rápidos, já distribuímos 3 milhões. E estamos em um acordo final para que testes rápidos de antígeno, produzidos na Fundação Oswaldo Cruz, sejam utilizados na atenção primária. Não é só adquirir o teste, tem que ter teste sendo realizado, o rastreamento dos resultados desses testes e uma estratégia de isolamento”, afirmou.
“Apelo”
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, fez um “apelo” aos professores e aos gestores estaduais e municipais para que o retorno das aulas ocorra o mais rápido possível. “Se eu pudesse escolher, mandaria voltar no ano passado. Mas agora chegou ao limite. Somos um dos últimos países com escolas fechadas, está na hora. A perda é acadêmica, a perda é emocional, a perda é considerada até nutricional pra algumas crianças. Falta uma decisão política dos entes federados”, disse.
O ministro afirmou que 5 milhões de estudantes estão há um ano e meio sem aulas. Milton Ribeiro declarou, ainda, que “90% dos países do G20 já voltaram” ao ano letivo regular. “Eu não tenho o poder [de obrigar o retorno], o nosso poder é de orientar, de dirigir, de ajudar, custear, mas nós não temos o poder de obrigar uma rede estadual, municipal a voltar”, afirmou.