Foram quase 150 dias de muita angústia vivenciados por uma família joinvilense desde a data em que o bancário aposentado Ivan Nei Correia Graminho, 66 anos, foi internado por causa da Covid-19. Ele deu entrada no Hospital São José de Joinville em 12 de janeiro de 2021, mas, para a alegria dos amigos e familiares, saiu no último dia 10 de junho.
Ivan não tem comorbidades e mora com a esposa, Liliane Schulz Graminho, 60 anos; com a filha, 42, e o neto, 22. Depois de começar a apresentar os primeiros sintomas, o quadro de Ivan começou a piorar significativamente, até a data em que precisou ser internado.
Em uma semana, Ivan foi intubado, e esse foi um dos períodos mais difíceis para a família.
- Nós só tínhamos contato com os médicos por telefone e, geralmente, eles diziam que o quadro dele estava pior, que estavam fazendo o possível para ele sobreviver - lembra Liliane.
Ela relata que um dos dias mais angustiantes foi quando o médico informou à família que Ivan não conseguiria mais reverter seu quadro.
- Nos tiraram a esperança de ele voltar para casa - acrescenta.
No entanto, Ivan começou a se recuperar repentinamente. Quando ele saiu da UTI para pacientes com Covid-19, a família pôde visitá-lo. Mesmo assim, Liliane recorda que se preparou para vê-lo antes da visita, uma vez que não sabia como o encontraria.
- Eu pesquisei imagens de pessoas intubadas para ter uma ideia de como ele estaria. Até o médico me perguntou depois como eu tinha me preparado. Mas foi muito impactante, ele estava cheio de cabos, estava preparado para hemodiálise por causa da infeccção que atingiu os rins. Os dias seguintes foram muito difíceis de aguentar, o vendo naquela situação - destaca.
Os dias no hospital foram marcados por diversos procedimentos invasivos. Ivan teve infecção hospitalar, chegou a esquecer dos familiares, dentre outras complicações por conta do vírus e da internação.
Há uma semana em casa depois dos 149 dias de batalha, ele ainda se recupera. Mas o carinho e cuidado que tem recebido da família faz acelerar seu avanço.
Inclusive a filha, que era consultora em uma empresa da cidade, decidiu sair do emprego para se dedicar ao cuidado do pai.
- Eu insisti para que ela mantivesse o emprego, mas ela me disse: mãe, eu não nasci na empresa, eu nasci nessa família e é dela que vou cuidar - conta Liliane.
Ivan ainda está sem conseguir andar, tem um pouco de dificuldade para falar, precisa de ajuda para atividades básicas, mas, aos poucos, retoma a vida.
- É uma coisa muito séria. Todo o cuidado tem que se manter. Ainda temos medo das variantes, mas estamos muito felizes e gratos pelo nosso guerreiro. Cuidamos dele com muito amor - pontua a esposa.