Mundo Sábado, 08 de Agosto de 2015, 11h:12 | Atualizado:

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Irmão de Dirceu admite elo com lobista

 

Estadão

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Luiz Eduardo Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, declarou à Polícia Federal que recebeu ‘pagamentos mensais de R$ 30 mil em espécie‘ do lobista Milton Pascowitch, apontado como pagador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras - cota do PT na estatal. Os repasses, segundo Luiz Eduardo, ocorreram entre 2012 e 2013.

O irmão de Dirceu afirmou, porém, que ‘não solicitou quaisquer valores a Milton Pascowitch‘. Ele disse que o lobista ‘começou a pagá-lo de forma espontânea, a título de ajuda para despesas variadas‘.

O pagamento mensal para o irmão de Dirceu foi um dos motivos que levaram o juiz federal Sérgio Moro a decretar nesta sexta-feira (7) a prorrogação da prisão temporária de Luiz Eduardo por mais cinco dias - ele foi preso na segunda-feira, mesmo dia da prisão do ex-ministro. Luiz Eduardo declarou ter ficado ‘incomodado com a justificativa‘ de Pascowitch e, por isso, teria indagado o lobista sobre como seriam quitados aqueles valores. Pascowitch teria dito ao irmão de Dirceu que ‘a pendência seria resolvida posteriormente‘.

Pascowitch também foi preso na Lava Jato e fez delação premiada. Revelou a rotina de pagamentos de propinas de empreiteiras para a empresa de Dirceu, a JD Assessoria e Consultoria. A Polícia Federal suspeita que a empresa foi criada para captar recursos ilícitos de empreiteiras supostamente favorecidas por ele em contratos bilionários na Petrobras. Em troca da delação, Pascowitch ganhou prisão domiciliar.

O irmão do ex-ministro afirmou não saber se Dirceu solicitara que os valores fossem repassados por Pascowitch a ele. Disse ainda que em 2013, pediu ao lobista ‘que cessasse os pagamentos, ainda mais pelo fato de que seu irmão havia sido preso‘ - naquele ano, Dirceu foi preso após ser condenado no mensalão.

Contrato

Em seu depoimento, Luiz Eduardo disse ainda que procurou naquele ano a OAS, cuja cúpula foi condenada recentemente por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro na Lava Jato, e pediu que a empreiteira firmasse um contrato com uma empresa de comunicação e que esta fizesse repasses a Dirceu.

Luiz Eduardo afirmou no depoimento à Polícia Federal que em 2013, após a prisão de seu irmão, ‘houve rescisão de bons contratos que a JD Consultoria mantinha, inclusive envolvendo a OAS‘. ‘A fim de solicitar ajuda para José Dirceu, o declarante pediu que a OAS firmasse contrato com a Doppio Serviços de Informação, a fim de que esta repassasse quantias a José Dirceu‘, relatou o irmão do ex-ministro.

A empresa Doppio pertence ao jornalista Luiz Rila, que trabalhou para o ex-ministro e afirmou à reportagem ter fechado um contrato com a empreiteira em 2013. ‘Tive contrato com a OAS concomitante ao trabalho (de assessor de imprensa) com o José Dirceu, mas não fiz repasses para ele‘, disse Rila. Procurada, a defesa da empreiteira informou que não iria comentar o caso. 





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