O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu, do Paraná, pediu R$ 11 milhões em indicações de emendas de relator ainda no governo Jair Bolsonaro, segundo levantamento da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo Lula, que está mapeando quem fez os pedidos.
As emendas de relator foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas R$ 10,6 bilhões ficaram como restos a pagar neste ano. O destino desse dinheiro já tinha sido definido pelo governo Bolsonaro, mas foi o atual que concretizou os pagamentos.
Do montante que Zeca Dirceu havia pedido, o governo atual pagou R$ 9,4 milhões. Foram R$ 6,6, milhões no Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, R$ 1,2 milhão no da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, R$ 962 mil nas Cidades e R$ 586 mil no Esporte.
Após a publicação desta nota, Zeca Dirceu disse à coluna que pediu ajuda para prefeitos do Paraná que o procuravam.
“Fui prefeito duas vezes, fui vice presidente da associação dos municípios do Paraná, tenho um mandato municipalista, os prefeitos me procuravam e eu pedia por eles, minha obrigação!”, afirmou.
“Eu nunca soube que era orçamento secreto, sempre fui crítico, e melhor e mais importante, nunca troquei meus votos ou minha consciência por verba orçamentária.”
As emendas foram empenhadas (autorizadas para pagamento) entre 2020 e 2021. Depois de ter feito as indicações, o deputado criticou diversas vezes o orçamento secreto, como eram conhecidas as emendas de relator.
“Bolsonaro é o pai do Orçamento Secreto, foi desmascarado mais uma vez. Compromisso de Lula e dar transparência, pois é assim que se deve tratar o orçamento público”, escreveu em outubro de 2022.
“O governo liberou R$ 1,2 BILHÕES do orçamento secreto na véspera da votação da PEC dos Precatórios, ou melhor, PEC do Calote nos professores. Bolsonaro compra votos descaradamente para financiar seu projeto eleitoral”, disse, em novembro de 2021.