O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é o principal responsável pelas fraudes nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para 30,6% dos entrevistados em pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, divulgada neste sábado (28/6).
Os funcionários do INSS aparecem em segundo lugar no levantamento, com 25% das respostas. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) figura na terceira posição, com 12%. Na sequência, aparecem sindicato/associações (7,1%), Congresso Nacional (0,9%), outras citações (1,2%) e todos (3,3%). Já 19,9% dos entrevistados não souberam ou não opinaram.
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Idosos são os que menos atribuem responsabilidade a Lula
Em todos os estratos da pesquisa, Lula foi considerado o maior responsável pelas fraudes e desvios no INSS, no entanto, há variações. O público masculino é o que atribui maior participação de Lula ao caso, com 35,1% e o feminino 26,5%. Quanto à faixa etária, o grupo de 25 a 34 anos é o que mais vê responsabilidade de Lula, com 33,4%. Aqueles com 60 anos ou mais são os que menos associam o presidente à fraude, com 27,9%.
Os mais escolarizados, ou seja, os que possuem curso superior, são os que mais veem responsabilidade de Lula sobre o problema, com 33,3%. O Paraná Pesquisas também fez um recorte associado à religião. No grupo que havia participado de alguma celebração religiosa nos últimos 10 dias, 31,5% vê Lula como o principal responsável pelas fraudes, ante 29,4% naqueles que não participaram de celebrações do tipo.
Conhecimento sobre o escândalo
Dentre os entrevistados, houve 9,5% que afirmaram não conhecer o caso de fraudes e desvios do INSS. A outra parcela, de 90,5%, sabia do escândalo. Em relação à faixa etária, o conhecimento sobre o caso cresce com o aumento da idade, partindo de 74,2% na faixa de 16 a 24 anos e tendo pico no grupo com 60 ou mais anos: 95,4%.
O conhecimento sobre o assunto pouco variou entre as regiões brasileiras, partindo de 90% na região Norte + Centro-Oeste e tendo ápice de 91,7% na região Sul.
A pesquisa foi realizada do dia 18 a 22 de junho deste ano e ouviu 2.020 eleitores de 162 municípios pertencentes a 26 estados e ao Distrito Federal. O instituto Paraná Pesquisas afirma que o grau de confiança do levantamento é de 95%.
A margem de erro foi estimada em 2,2 pontos porcentuais para os resultados e gerais. No caso de estratos por regiões, o índice varia de 4,2 a 5,7 pontos porcentuais a depender da região. Margem de erro: região nordeste (4,2 pontos porcentuais), região norte + centro-oeste (5,8 pontos porcentuais) e região sul (5,7 pontos porcentuais).
Carlos Nunes
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