O embaixador da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, alertou, neste domingo (22/6), que o mundo está próximo de um “desastre nuclear” após o ataque dos Estados Unidos contra o Irã. A declaração aconteceu durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“O mundo inteiro pode estar à beira de um desastre nuclear”, alerta o embaixador russo. A reunião de emergência foi marcada depois que os Estados Unidos atacaram as instalações de enriquecimento de urânio de Fordow, Natanz e Isfahan no sábado (21/6).
Nebenzya chegou a chamar as declarações dos Estados Unidos de “cínica”, depois do bombardeio contra o território iraniano. Para ele, os EUA, “abriram uma caixa de Pandora, e ninguém sabe quais novas catástrofes e sofrimentos isso trará”.
O embaixador russo pontuou, ainda, que o governo iraniano se apresentou disposto a negociar um cessar-fogo no Oriente Médio. No entanto, as tratativas foram precedidas pela intervenção norte-americana. “Ninguém que seja sensato pode acreditar nos nossos colegas norte-americanos”, disse.
Fordow, uma das instalações atacadas, possui capacidade para operar 3 mil centrífugas para enriquecimento de urânio, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), programa da ONU para assuntos nucleares.
Apesar da ofensiva norte-americana, Irã e Israel realizaram uma nova onda de ataques com mísseis neste fim de semana. A entrada dos Estados Unidos na guerra acontece em meio a declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que o Irã estaria próximo de produzir uma arma nuclear. O governo iraniano nega as acusações.
Trump, ainda no sábado, afirmou que se o Irã não entrar em um acordo de paz, as ofensivas contra o território do país persa podem ser intensificadas. “Isso não pode continuar. Ou haverá paz, ou haverá uma tragédia para o Irã, muito maior do que a que testemunhamos nos últimos oito dias. Lembrem-se, ainda há muitos alvos.”
Na última semana, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, se reuniu com líderes do Reino Unido, da França e da Alemanha em busca de solução diplomática para sanar o conflito entre Israel e Irã.