Lorraine Cutier Bauer Romeiro, conhecida como "Gatinha da Cracolândia", era "meiga" e "reservada", segundo a sua sogra, a auxiliar de cozinha Karina Pereira, de 35 anos, mãe de André Luiz, namorado da jovem de 19 anos. No último dia 22, Lorraine foi presa por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas na Cracolândia, no centro da capital paulista. As informações são do portal UOL.
"Ela [Lorraine] é uma menina meiga, inteligente e carinhosa. Dizia que me amava e me chamava de 'tia'. Era de uma família bem estruturada. Mas o meu filho também tem família. E também foi bem educado. Trabalhei em várias profissões para garantir o sustento dele e não me envergonho. Mas, infelizmente, ele fez escolhas erradas e vai responder por isso", disse Karina em entrevista ao UOL.
O companheiro de Lorraine, conhecido como André Japonês, foi preso no dia 30 de junho deste ano sob a acusação de integrar o mesmo grupo criminoso. Ela também foi detida na ocasião, mas, por ser mãe de uma bebê de 1 ano, Lorraine obteve, à época, o direito de prisão domiciliar para cuidar da filha.
Depois disso, a "Gatinha da Cracolândia" foi morar com a bebê, provisoriamente, na casa da avó de André Luiz, em um terreno humilde com seis imóveis em Barueri, onde vivem os parentes dele. Anteriormente, o casal já havia morado junto por cerca de cinco meses.
De acordo com a família, a jovem era reservada e não tinha o costume de puxar assunto. Segundo eles, Lorraine ficava a maior parte do tempo mexendo no próprio aparelho celular. À noite, deixava o local com a criança, alegando que iria dormir na casa de uma prima.
Mãe solo, Karina conta que o filho único foi criado no meio evangélico, mas se afastou da religião na adolescência após a morte do pai, que sofreu com problemas de saúde. "A morte do pai deixou um vazio muito grande. É um trauma que ele carrega na vida dele", lamenta a mãe em entrevista ao UOL.
Lorraine, que pertence a uma família de classe média, perdeu o pai quando tinha 12 anos. Em agosto de 2014, o empresário Ricardo Bauer Romeiro foi morto com um tiro na cabeça em uma tentativa de assalto no centro de Barueri, onde mora a família.
A mãe de André Luiz afirma que nunca suspeitou de um possível envolvimento do casal com o crime. "Não sei se a mãe a ajudava. Mas ela tem condições, né? Então, não desconfiei de nada. O meu filho sempre trabalhou, fazendo 'bicos' em obras ou entregando panfletos. O meu filho nunca foi marginal".