Pré-candidato do PSOL à Presidência da República, o senador Randolfe Rodrigues (AP) diz, em entrevista ao UOL, que nunca tomou um porre na vida nem fumou maconha. Diz ainda que se incomoda com a própria voz e que pretende recusar doações de bancos à sua campanha.
Embora não precise mais dos óculos, afirma que vai continuar com o acessório porque o eleitorado o associa a ele. Preocupado com a imagem, fez luzes no cabelo e tentará correr atrás do prejuízo para eliminar os "dois quilinhos" a mais que já ganhou na pré-campanha.
Duas vezes deputado estadual pelo PT, migrou para o PSOL em 2005. Foi eleito senador em 2010 com 203 mil votos e, aos 38 anos, três anos a mais que o mínimo para ocupar o cargo, tornou-se o senador mais jovem daquela legislatura.
Combativo, ganhou visibilidade ao apresentar algumas das principais representações contra autoridades, como a que pedia a cassação do então senador Demóstenes Torres (GO). Decidiu peitar o veterano José Sarney (PMDB) na disputa pela presidência da Casa em protesto, melando a candidatura única, e ganhou o apelido do personagem Harry Potter.
Apresenta-se como contraponto às principais pré-candidaturas --Dilma Rousseff (PT), do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB)--, mas diz estar ciente das dificuldades que terá pela frente: "Meus três principais adversários têm jatinho, né? E a gente tem que ter a boa vontade dos amigos, de carro e avião de carreira. Então, tem com certeza uma desigualdade nas campanhas, mas 'c'est la vie', assim que é a vida, vamos fazer a campanha assim mesmo".
Na última pesquisa feita pelo Datafolha, publicada no começo de maio, Randolfe aparece com 1% das intenções de voto.
Formado em história, foi pai pela primeira vez aos 21 anos, e hoje tem no seu neto, Antônio Gabriel, de um ano e meio, o seu maior xodó. "Ele reconhece o avô, fala avô, sente a falta do avô", gaba-se.