Opinião Quinta-Feira, 20 de Março de 2014, 08h:11 | Atualizado:

Quinta-Feira, 20 de Março de 2014, 08h:11 | Atualizado:

Wilson Santos

A expedição Langsdorff

 

Wilson Santos

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A Rússia vai fazer um jogo da copa em Cuiabá, dia 17 de junho, contra a Coreia do Sul e é provável que as dezenas de famílias russas ‘cuiabanizadas‘ prestigiem o evento, em especial os Asvolinques e os Zaviaskys, porém a presença russa em nosso estado data dos anos 1826-1828, quando uma importantíssima expedição científica percorreu nossa região. Mato Grosso foi alvo de visitas e expedições de cientistas nos séculos XVIII e XIX que objetivavam estudar e explorar riquezas no solo, subsolo, fauna e flora, além da curiosidade pelos índios. Entre os anos de 1822 e 1829 o interior do Brasil, recém independente e governado pelo imperador Dom Pedro - I, recebeu a mais importante ação científica do século XIX: a Expedição Langsdorff.

A Expedição Langsdorff foi o trabalho de inventário mais completo do Brasil no século XIX, ela percorreu mais de 16000 km, saindo do Rio de Janeiro e passando por Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Amazônia, terminando em Belém do Pará. Contou com naturalistas russos,brasileiros e franceses; astrônomo;cartógrafo e pintores renomados da europa, como Rugendas, Hércule Florence e Aime-Adrien Taunay.

Essa ‘marcha‘ científica pelo interior brasileiro custou em valores atuais mais de R$ 25 milhões, bancado pelo governo russo, sob comando do Czar Alexandre - I, que desejava equiparar a Rússia às demais potências europeias em conhecimento científico, além de reaproximar comercialmente do Brasil. 

Langsdorff era alemão, médico,naturalista e diplomata, veio para o Brasil como cônsul-geral da Rússia em 1813, no período Joanino. A Expedição produziu mais de 800 documentos importantíssimos nas áreas de etnografia, geografia, cartografia, zoologia, astronomia, botânica, mineralogia e outras, fazendo a mais completa, até então, radiografia do interior brasileiro. Não foi fácil a vida dos membros dessa Expedição fantástica, dos 39 homens que a iniciaram, somente 12 sobreviveram, o maravilhoso pintor Taunay morreu afogado nas águas do Guaporé e Langsdorff, acometido pela malária, enlouqueceu em plena selva.

O resultado de todo esse trabalho ficou esquecido durante um século nos escaninhos da burocracia russa, sendo descoberto em 1930 e concentrado em São Petersburgo, um dos principais centros culturais da europa. Nossa querida UFMT vem tratando desse assunto com muito carinho e em breve vem novidade bacana por aí!

Wilson Santos é professor e ex-prefeito de Cuiabá





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