Opinião Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 08h:15 | Atualizado:

Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 08h:15 | Atualizado:

Leonardo Gangini

A quem interessa o livre intercâmbio de garrafões de água mineral

 

Leonardo Gangini

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Se você encontrasse restos de um pequeno animal morto em uma garrafa de bebida que está prestes a consumir, qual empresa você iria processar? Certamente a identificada na embalagem da bebida.

Essa seria a principal razão para defender a identificação correta de produtos, através de suas embalagens exclusivas. Mas não é assim que racionalizou o projeto de lei do deputado Diego Guimarães, aprovado no último dia 27 de setembro de 2023.

Agora a Lei Estadual número 1.622/2023, além de proibir a comercialização de garrafões de água identificados em relevo na própria embalagem pela indústria, chamados de exclusivos e de melhor qualidade, torna obrigatório o intercâmbio desses garrafões. Esta troca será feita com garrafões de produção desconhecida e até mesmo de cores diferentes. É importante destacar que esta Lei depende da sanção ou veto do Governo do Estado.

Com isso, a água potável de mesa, vale dizer: que com mais impurezas, comercializada pelas pequenas indústrias X, Y ou Z, poderá se utilizar do garrafão das grandes indústrias de água mineral que são certificadas  para colocar sua água no mercado.  Os garrafões que levam esta certificação têm classificação superior de pureza, de nome A, para seu envase, distribuição e comércio.

Estes garrafões poderão ser utilizados por qualquer indústria. De acordo com a nova Lei, basta colocar um adesivo sobre a logomarca original. E assim, tudo cai numa vala comum. Quem não investiu pode utilizar os garrafões de quem investiu em tecnologia, controle de higienização e qualidade dos seus garrafões, a fim de evitar até mesmo as mínimas eventuais contaminações no processo de envase.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais Naturais (ABINAM), não é verdade que o consumidor mato-grossense teria prejuízo nos chamados garrafões exclusivos. Isso porque nos centros de distribuição do comércio são aceitos todos eles, com ampla liberdade de escolha da marca do líquido que deseja comprar.

Na prática,os garrafões, geralmente, são gratuitos e cedidos em comodato pelas indústrias aos seus consumidores finais. Já existe um ajuste entre as empresas mais sérias para troca desses vasilhames identificados, para que a indústria faça a higienização, envase e novo impulsionamento no comércio, somente de seus próprios garrafões, que para isso, precisam ser facilmente identificáveis. 

Isso é segurança para a saúde da família que consome água natural no estado, como já acontece há anos com o segmento de botijões de gás de cozinha, ou seja, cada produtora envasa somente o seu próprio botijão identificado.

Vejo que a Lei 1.622/2023 tem tudo para ser vetada pelo Governo Estadual. Isso porque padece dos vícios insanáveis da inconstitucionalidade, dado que a água mineral, quando dedicada ao consumo humano, passa a ser classificada como alimento e, uma vez sendo considerada alimento, submete-se à fiscalização federal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, do Ministério do Meio Ambiente (CNRH-MMA).

Não há que se falar em competência concorrente por supostamente se tratar de matéria afeita à defesa de direito do consumidor, como defendeu o relator deputado Diego Guimarães (Republicanos) em sua justificativa, mas de verdadeira invasão da competência privativa da União para legislar sobre os temas de direito minerário, civil e de saúde pública controlada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (art. 22, CF/88).

Leonardo Gangini é advogado especialista na área tributária e sócio do escritório Silva Cruz Santullo Advogados Associados





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Comentários (17)

  • Eduardo

    Segunda-Feira, 09 de Outubro de 2023, 12h11
  • Não é lei, ainda é um projeto de lei. Só vira lei após a sanção do governador ou a derrubada doi veto, se for o caso.
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  • Jorge da biblioteca

    Segunda-Feira, 09 de Outubro de 2023, 00h35
  • Mato Grosso está um liberou geral danado de uns tempos pra cá!
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  • Mário Aparecido Naldi

    Domingo, 08 de Outubro de 2023, 18h58
  • No mercado de garafoes não existe fiscalização na produção tem muitas empresas que utiliza material de garafoes vencido para fábrica novamente isso principalmente naquele garafoes azul bem escuro pode observar que essa cor não dá transparência
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  • TARCIANO OLIVEIRA

    Sábado, 07 de Outubro de 2023, 11h47
  • Voce concordaria se comprasse um veiculo e só pudesse abastecer com um marca apenas de combustivel? Ainda pior, não ser avisado antes da compra que seria algemado a uma marca?
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  • João Marco

    Sábado, 07 de Outubro de 2023, 08h07
  • Esse deputado Diego Guimarães é um sujeito incompetente e indigno de nós representar politicamente, veja só as empresas mequetrefes vendedora de água não nos inspira confiança, tem até garrafão amarelo, vermelho são empresas desconhecidas do mercado, eu por exemplo, só compro água de uma empresa que está há décadas no mercado e que personalizou seus garrafões, porque é que o aprendiz de terceira categoria como deputado não entrou com um projeto mais justo e ideal obrigando a todos os vendedores de água façam a mesma coisa em que fez a empresa tradicional e confiável! Será que tem medo de perder na concorrência, ou o deputadozinho perseguidor do grande prefeito Emanuel, está comprometido não com a população que votou nele, mas talvez é amiguinho de alguns outros vendedores de água? A culpa de temos representantes políticos que não valem um tostão furado é o povo cuiabano que não tem independência prá votar, são paus mandados!
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  • Ernani penz jr

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 23h59
  • A pergunta é a quem interessa . Respondo ao consumidor . Minha empresa produz cerca de 6000 garrafões por dia na grande porto alegre (RS) a vantagem do galão de 20l sobre as embalagens descartáveis somente existem pelas características do garrafão de intercambiável e retornável. Sem elas o mercado está a mercê da empresa com maior poder econômico . Que consegue inundar o mercado com seus garrafões exclusivos. Muitas vezes até destruindo os da concorrência gerando nichos exclusivos de mercado. Mais tarde a conta chega junto com o monopólio
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  • daniel

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 21h09
  • Matéria sem pé e né cabeça. O mercado na morada do ouro da rede serve mais. Não aceita qualquer garrafão. Somente o da puríssima e lebrinha.
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  • Danilo Guedes Junqueira

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 20h34
  • Leonardo , você está totalmente equivocado , as empresas de água mineral são fiscalizadas pelos órgãos que você mesmo listou acima ANM , vigilância sanitária , Sema , você é especialista em tributo , de água mineral você não entende nada , você está defendendo uma água que tem um teor de Nitrato de 29 mg/L de água , crianças com menos de 12anos e mulheres grávidas não devem consumir água que tenha mais de 10mg /L de água pois é cancerígeno . Na Itália por exemplo não é permitido registro de nenhuma água com mais de 10mg/L de água , estes teores de nitratos está relacionado a decomposição de matéria orgânico (resíduo de fossa ). Você não tem conhecimento desta área e nem da constituição brasileira que ontem completou 35 anos .
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  • Edson Eugênio

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 20h25
  • Mais uma fakenews contra o projeto, essa máfia dos exclusivos não dá trégua com esse tipo de matéria paga
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  • Sanches

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 20h23
  • Então vamos na distribuidora sem galão comprar a água e não vão cobrar por ele? Esse almofada presta um desserviço espalhando mentira, uma atrás da outra.
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  • Clemente

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 20h21
  • Matéria tendenciosa, OAB deu parecer constitucional, comissão de constituição e justiça também? audiência pública e votação quase unânime na ALMT. Povo não aguenta mais monopólio e cartel?. Teve até audiência pública para é Lebrinha e Puríssima levaram uma mentira atrás da outra!
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  • Santos

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 20h17
  • Kkkkk? sistema intercambiável é usado em cerveja, tubaína, cachaça, gás de cozinha. Água mineral fiscalizada pela SEMA, ANM, ANVISA e por todos os consumidores. O Dr. aí entende de imposto e só falou asneira.
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  • Anderson Costa

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 11h10
  • Comparar vidro com plástico, ai é demais né?! kkkk. Quando vc coloca um molho d carne numa vasilha d plástico, o plástico já empreguina tudo...num limpa nem a pau. Vidro é de boa, lavou, ta novo. O plástico ruim passa cheiro pra água. Quero ver se eu sou dono d uma indústria iria colocar meu produto numa embalagem sem procedência, voti! Esse trem ta muito estranho. Essa lei nao parece atender nada o consumidor mas sim as indústrias q tem uns garrafões ruim demais. Parece um lixo.
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  • Gustavo

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 09h27
  • O advogado autor é tão bom que não sabe a diferença de projeto de lei e lei.
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  • PEDRA 90

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 09h01
  • Da cá meu pirão...
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  • João

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 08h44
  • Se os garrafões são distribuídos gratuitamente, por que há 2 anos a água era R$4,00 e hoje está R$9,00? Qual a justificativa para este aumento exponencial? E não me venha com "pandemia", "imposto"... porque eu sei que isso é lorota.
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  • Hugo Costa

    Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2023, 08h36
  • Bela tentativa Dr. Porém aqui em casa bebemos água e não garrafões. Óbvio que se houver alguma impureza a responsabilidade é da empresa que fabricou o produto (Envazamento da Água). E vamos além, a tradicional garrafa de 600ml de cor marrom escura que serve para acondicionar, cerveja de diversas marcas, tubaina e até cachaça, funciona da mesma forma, e até onde eu sei, caso ocorra alguma irregularidade não tem nada haver com quem fabricou o casco de vidro e sim de quem é o produto acondicionado.
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