Opinião Terça-Feira, 06 de Julho de 2021, 16h:01 | Atualizado:

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FERNANDO HENRIQUE

A romantização do subemprego

 

Fernando Henrique da Conceição

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A primeira concepção do termo “subemprego”, nasce de Joan Robinson na sua obra: “Desemprego disfarçado. Ensaios na teoria do emprego” de 1937, tendo como fundo o contexto da Grande depressão.  Posterior a isso temos, diversas crises na economia capitalista e o famoso bico, subemprego, trabalho autônomo, economia informal, economia submersa, ainda continuam nas economias emergentes e pobres, esse é um fenômeno onde atividades econômicas passaram a se desenvolver fora da empresa capitalista padrão. O grande problema é que os discursos pseudoliberais enraizados de tempo em tempo nessas economias, pregam o sofismo do “EMPREENDEDORISMO”. Existe mesmo um empreendedorismo em uma sociedade sem equidade social?

Nesse aspecto, atualmente com a grande polarização política e também de crise econômica uma nova modalidade foi criada para romantizar o subemprego, muitas vezes disfarçada de “economia criativa”, essa “uberização” do mercado de trabalho, onde o importante é ter força de vontade.... Uma enganação... Você não precisa de direitos trabalhistas... Esse mantra é repetido inúmeras vezes. Alguém precisa avisar os patrões  que com um salário mínimo hoje você nem sobrevive mais. Agora imagina sem esse salário fixo, sem direitos trabalhistas, sem vale refeição, sem plano de saúde e para completar, sem qualificação nenhuma. O que resta para a classe menos abastadas? Vender sua força de trabalho pela sorte?

Dessa forma, atualmente no Brasil, nota-se um aumento do subemprego e uma recuperação lenta dos postos de trabalho, já que a pandemia desencadeou diversas crises em muitos setores. O pouco preparo e principalmente o receio em tomar políticas econômicas de cunho social, que levassem a inflação e o cambio nas alturas e o fraco crescimento doméstico, tornam um desafio para a economia.

 Como consequência, a classe trabalhadora está exposta a uma situação extremamente precária, revelando os limites de um país que não transformou as suas estruturas econômica, sociocultural e política. Embora a participação das ocupações de baixa produtividade seja muito semelhante nos anos de 1980 e de 2010, o nível de subempregos e de desempregados praticamente dobrou neste mesmo período. Mesmo na última década, comumente celebrada como um período de grande progresso econômico e de organização do mercado de trabalho. O que vemos atualmente é um cenário sem muitas perspectivas para o trabalhador.

O desafio que hoje se coloca à superação do subdesenvolvimento e da heterogeneidade estrutural é, pois, muitas vezes superior ao que se apresentou em um passado recente Ainda que por vezes alguma conjuntura histórica favorável ao crescimento da economia brasileira tenha feito parecer que nos afastávamos definitivamente de um passado identificado com o que era especificamente colonial, parece-nos claro que a reversão neocolonial reafirma a composição do passado arcaico com o presente moderno. A recente exacerbação do conflito entre capital e trabalho expressa de modo bastante claro os extremos a que a calibragem exercida pela elite brasileira sobre o excedente econômico pode chegar em tempos de neoliberalismo.

Fernando Henrique da Conceição Dias ([email protected])

Economista

Mestrando em Economia pela UFMT

Pós graduando em Gestão de Projetos

Gerente Comercial. 

 





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