A sensação de ansiedade durante esse período de pandemia tem sido um ponto comum para várias pessoas. Às vezes, parecemos viver uma espécie de ansiedade coletiva, como uma onda que ultrapassou várias esferas que anteriormente pareciam inimagináveis para nós. O medo passou a permear o nosso cotidiano de várias maneiras, seja com a possibilidade de perder o emprego, ou de ficarmos doentes, e até mesmo um futuro incerto quanto a planos e metas pessoais estabelecidos anteriormente.
A pandemia do Covid-19 trouxe além do imediatismo necessário de mudanças de posturas e atitudes, um turbilhão de tensões “inéditas” para muitos de nós, que inevitavelmente vieram a culminar em situações de estresse e desgaste mental sem que pudéssemos estar “preparados” para isso. Esse impacto emocional e mental que passamos a vivenciar acaba se tornando um pavio, propício para desencadear as pequenas “explosões” que podem ter consequências drásticas em nossas vidas, pois como um efeito dominó, elas podem aflorar problemas cardíacos, obesidade, AVC’s, além de problemas que podem trazer até quadros de depressão.
Recentemente vimos nos noticiários, que nunca se vendeu tanta bebida alcoólica no Brasil, mesmo com os bares fechados ou funcionando em períodos mais curtos. Os mercados nunca lucraram tanto com a venda dessas bebidas, como nos dois últimos anos, e isso pode ter uma explicação.
Muitas pessoas, além de querer evitar ida a bares e adjacentes, optam em beber em seus lares, mas como a situação da pandemia tem trazido um cotidiano de confinamento, muitos buscam nas bebidas e até nas drogas subterfúgios para atenuar e mascarar a angústia que a situação tem causado, não à toa que temos um acréscimo nos números de violência doméstica e que impressionam durante esse período de isolamento. Mas o que podemos fazer para tentar atenuar os efeitos dessa pandemia em nós mesmos? Há alguma alternativa? Se pararmos para pensar, diante das perdas que tivemos e desse “novo normal” que surge como aquilo que sabemos que não é o nosso verdadeiro normal, temos algumas alternativas que podem atenuar e até trazer alento a uma situação que para muitos de nós se tornou insuportável.
Apesar do isolamento social, existem mecanismos que podem nos ajudar a passar o tempo, como os aplicativos de mensagens, que propiciam a interação com nossos amigos e familiares. Como a ideia é fazer passar o tempo e evitar o temido “tedio”, que tal voltar aos hobbies que praticávamos antes da pandemia? Tocar um instrumento musical, ouvir músicas, jogar vídeo games, cantar, pescar, pedalar?
Enfim, são várias atividades que irão promover uma higiene mental e que por consequência trarão o bem estar, ainda que de forma provisória. Os exercícios físicos, respeitados as normas de distanciamento, também são recomendáveis e trazem melhorias para a nossa saúde de uma forma geral. Mas você já pensou no que tem consumido pela mídia nesse período?
Claro que como humanos, somos curiosos e queremos saber o que acontece com o mundo lá fora, e muitos noticiários e jornais passaram a fazer parte do nosso cotidiano como fonte de informação. Mas e se passássemos a ‘dosar’ a quantidade daquilo que vemos diariamente? Nem sempre os noticiários trazem notícias que nos agradam e por essa razão podemos filtrar o nosso tempo buscando somente aquilo que possamos considerar como essencial para dispersar nossos pensamentos em coisas que podem ir além das tragédias sociais que acompanhamos pela tv ou mídias sociais. E que tal criar uma nova “rotina”?
Poder realizar aquilo que realmente lhe importa no dia a dia. Estabelecer horários para descontrair, além dos compromissos já estabelecidos, definir horários para descanso e manter certa diversidade no dia a dia sem se perder daquilo que realmente se faz necessário. E por último, e talvez mais importante, buscar ajuda caso esteja realmente precisando. Pode até parecer que não, mas muita gente se preocupa com você, e mesmo aqueles que têm mantido o isolamento ou que estejam mais recolhidos, vão estar prontos a lhe ouvir ou dar atenção nesse momento.
Não é pelo fato da existência de uma pandemia que devemos ignorar nossa vivência social estabelecida até então, pois mesmo ela estando mais ausente nesse momento, há mecanismos que podem nos manter conectados e ligados aos nossos próximos. Devemos nos cuidar e valorizar a vida!
Gian Franco Cardoso Baldo
Investigador de Polícia
Claudio Alinor
Sexta-Feira, 11 de Junho de 2021, 13h25Elenilda - pq cuiaba
Sexta-Feira, 11 de Junho de 2021, 11h55Lucia Leite
Sexta-Feira, 11 de Junho de 2021, 11h42