Opinião Quinta-Feira, 30 de Julho de 2020, 11h:52 | Atualizado:

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Renato Nery

As previsões de Cassandra

 

Renato Nery

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- Na mitologia grega, Cassandra se apresenta primeiro como uma moça muito bonita, “semelhante Afrodite de ouro”, escreve Homero. Apaixonando-se por ela, Apolo lhe confere do dom da profecia em troca dos seus folguedo amorosos. 

- Cassandra aceita o dom mas recusa o Deus, que, furioso, cospe na sua boca, o que fará com que nunca mais alguém a compreenda ou acredite nela. Assim ela prevê, sucessivamente, o rapto de Helena por Páris, depois o estouro da Guerra de Tróia e adverte seus compatriotas troianos do subterfúgio grego (o famoso “Cavalo de Tróia”) que lhes permitiu conquistar a cidade. Terminará assassinada por Clitemnestra, não sem antes ter previsto seu assassínio, bem como o de Agamêmnon que se recusara a acreditar nela. 

- Em suma, Cassandra oferecia o exemplo de previsões pessimistas constantemente realizadas…” (pag. nº 45/46 do livro Submissão de Michel Houellebecq – Editora Lafaguara ed. 2015) -.

Em meio a esta pandemia o meu humor continua cada vez pior, pois toda vez que ligo a televisão eu fico mais enfurecido. As nossas estatísticas continuam a retratar e a piorar a situação em nosso País de “meia boca” que tenta resolver tudo de improviso e quando não dá certo acha-se um conveniente culpado.

Vários amigos e conhecidos meus já perderam prematuramente a vida e os indicativos de mortes diárias são sintomas gravíssimos de que a situação vai piorar, pois vai-se interromper o isolamento quando a doença está estabilizada num patamar altíssimo.   

E não precisava ir ao oráculo e ouvir Cassandra para prevê tudo que aconteceu e nem do que virá. Bastava saber que aqui a pandemia chegou por último e que as nossas autoridades foram envolvidos na fogueira das vaidades e por isto não foi feito o suficiente para estarmos amargando os perversos índices que teimam em não nos abandonar.  Reitero em defender que tais pessoas devem responder pela negligência e pela omissão, pois não existe remissão para a morte. 

Acho que ando falando sozinho e que o aqui relatado é fruto dos meus insistentes delírios. Afinal, longe de me comparar com Cassandra, mas ela era tida como louca e ninguém se deu ao trabalho de ouvi-la.

Renato Gomes Nery. E-mail – [email protected]

 





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