A chamada em questão é uma expressão usada pelas pessoas mais antigas, para caracterizar confusão, encrenca, situação difícil, embaraço ou desordem. A rusga sempre existiu e sempre existirá, porém existem alguns casos, onde as mesmas são emblemáticas, pois saem do contexto da normalidade e entram nas questões meramente pessoais, o que é pior; principalmente quando dois antagonistas históricos conseguem um feito inédito: filiar-se a um mesmo partido, como é o caso do glorioso Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ao qual recentemente filiou-se o ex-juiz federal Julier Sebastião, visando concorrer à majoritária, enquanto o ex-secretário de Administração Francisco Faiad, postulante a uma vaga na Assembleia Legislativa, já estava filiado. Ou se esqueceram da rusga, ou foi um erro grosseiro de estratégia, vamos refrescar a memória da população, tendo em vista que o episódio envolvendo os mesmos aconteceu em agosto de 2009, quando, o então juiz Julier Sebastião, na época, da 1ª Vara da Justiça Federal, afastou Francisco Faiad da presidência da OAB-MT, por suposto tráfico de influência, concorrência desleal e possíveis atos de improbidade administrativa. Estas foram as prerrogativas institucionais, usadas pelo então juiz Julier Sebastião na época, para afastá-lo; não vamos entrar nesse mérito, até porque ordem judicial cumpre-se, assim como acontece com qualquer cidadão brasileiro. 

Esse imbróglio envolvendo os mesmos, além de antigo, parece ter deixado marcas profundas no postulante a uma das vagas à Assembleia Legislativa em questão, o ex-secretário de Estado de Administração Francisco Faiad. 

É até compreensível o sentimento de revolta do mesmo, pois existe uma velha máxima na vida terrena de que: “quem bate esquece; porém quem apanha ou é preterido, não”. Este sente na pele tal situação e, algumas vezes, é bem pior quando se trata de “companheiro partidário”. 

As lamentações o chororô não irão levá-lo a lugar algum, porém fazem parte da democracia. Agora, a exacerbação das ações implementadas pelo mesmo extrapolaram; no momento em que ele pede ao Conselho Seccional da entidade para que não aceite o registro do ex-magistrado Julier Sebastião, na Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), isso é um absurdo. 

Não sou advogado nem tampouco jurista, sou um reles geógrafo imbuído em dizer a verdade, doa a quem doer. Independentemente de a quais partidos essas pessoas pertençam, pautamos pela verdade nua e crua. 

Estamos tentando estabelecer a veracidade dos fatos, pois muitas pessoas não estão entendendo, até então, essa rusga entre ambos. 

A forma pragmática, como tais fatos foram levados à população, dão a nítida impressão de se tratar de algo recente, fabricado ou produzido, quando, na verdade, esta rusga se arrasta desde 2009. 

Não conheço o ex-magistrado Julier Sebastião, porém sabemos da sua atuação como magistrado, mandando para cadeia gente poderosa, fazendo valer a sua atribuição de juiz federal, enquanto usava toga. 

Como político, não sabemos qual será sua atuação, até porque a cizânia já está instalada no próprio partido. A situação por certo terá um palanque pesadíssimo e com isso o maior favorecido tem sido a oposição, tendo como pré-candidato o senador Pedro Taques (PDT), que nada de braçada. 

Pare o mundo, quero descer! 

* LICIO ANTONIO MALHEIROS é geógrafo