Falar da morte para nós, é algo extremamente complexo e de difícil aceitação, principalmente pelos entes queridos mais próximos, que absorvem uma dor infinitamente maior.

A palavra perda por si só, já é extremamente traumática para todos, mesmo sabendo que somos seres vivos mortais, mesmo assim, o nosso comportamento em situação de perda revela o quanto não nos conscientizamos de fato sobre esse acontecimento inevitável.

Vou mais além, só iremos sentir isso na pele, quando alguém que amamos muito vai embora para sempre e é justamente este “para sempre”, que nos incomoda muito e nos faz sofrer, assim como aconteceu comigo quando perdi meus pais.

Venho sempre dizendo, de forma sistemática e repetitiva, prefiro ser redundante do que omisso; acompanho pari passu as redes sociais.

Em uma das quais participo talvez a mais popular, o WhatsApp, em um desses grupos a que pertenço, tenho alguns contatos que são parentes da nossa querida amiga Oriana Paes de Barros; que, infelizmente nos deixou de forma prematura no último dia (8), em decorrência de traumas na cabeça causados por um acidente doméstico.

A pedido de um amigo do grupo, José Ferrer, consternado com o passamento dela, pediu a mim que redigisse algumas linhas em homenagem a essa mulher guerreira.

Oriana, era advogada especialista em Direito Ambiental e procuradora federal aposentada e associada à Anafe (Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais).

Também foi superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais) e atuou na Colônia de Pescadores de Barão de Melgaço, apaixonada que era pelo pantanal Mato- grossense, desenvolveu vários trabalhos voltados ao pantanal.

Mesmo sabendo que a sua morte já havia sido amplamente divulgada por vários meios de comunicação; mesmo assim, me senti lisonjeado com o pedido feito pelo amigo José Ferrer.

De tudo, que li e ouvi. Um vídeo que circulou em nosso grupo de WhatsApp, marcou muito foi o vídeo proferido pelo jornalista e analista político Onofre Ribeiro, sou seu fã de carteirinha, para mim, ele é um ícone da comunicação brasileira.

O vídeo é um pouco prolixo, porém o mesmo com a voz embargada tomado pela dor e sofrimento; para mim, o ponto em que ele mais me tocou em sua fala foi no momento em que, ele diz “sempre fui amigo dela, me recordo particularmente de uns 10 anos atrás, quando minha mulher Carmem, ela, eu, sua irmã e sua mãe, fomos passar um final de semana na fazenda deles,  situada abaixo de porto cercado, uma hora de barco, como nessa época o rio estava cheio, a casa ficava pouco acima, conversamos filosofamos foi algo memorável............”.

Essa parte do vídeo me tocou profundamente, pela questão da sinergia entre ele e a família da Oriana, algo realmente de coração; o mundo está ávido pelo amor incondicional às pessoas.

Eu, particularmente tive pouca amizade com a Oriana; tive maior convivência com o seu irmão   Marcus Vinicius Paes de Barros; após, pouco tempo de formado, fui trabalhar na Companhia Mato-grossense de Mineração (METAMAT), o meu chefe era Marcus Vinicius.

Aprendi muito com ele, além de competente era fã da sua irmã Oriana.

Vou narrar um fato interessante, naquela época haviam pouquíssimos carros nas repartições públicas, e na (METAMAT) não era diferente.

Certa ocasião, precisávamos urgentemente de um documento no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e não havia carro disponível, o meu chefe Marcus Vinicius, pegou a chave de um carro lindo praticamente zero Km, e disse, vai lá, e pegue tais documentos, cuidado com esse caro é da mana.

Na ocasião, eu tinha um Escort Europeu azul velho; entrei no carro dela tremendo mais que vara verde, com medo de bater esse carro, graças a Deus fui e voltei de boa, não esqueço isso até hoje.

Por questão de justiça, tenho que declinar o mestre em geologia em nosso Estado, para mim, ele é uma das referências no assunto, reporto-me, ao senhor Antônio João Paes de Barros, que já deve ter se aposentado.

Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo